
O governo dos Estados Unidos entrou em um shutdown — paralisação parcial de serviços federais — a partir desta quarta-feira (1°), após democratas e republicanos no Congresso não chegarem a um acordo para aprovar o orçamento para o ano fiscal de 2026.
Conforme agências internacionais, a paralisação significa que diversos departamentos federais suspenderão suas atividades até que o pacote de gastos para o ano seja aprovado, impactando a política, a economia e a sociedade norte-americanas. Serviços considerados essenciais, como os de saúde e segurança pública, seguirão funcionando normalmente.
O CBO (Escritório de Orçamento do Congresso dos Estados Unidos) alertou que 750 mil funcionários poderão ser dispensados temporariamente, com um custo diário de compensação estimado em US$ 400 milhões. A Casa Branca emitiu um alerta para que as agências federais preparassem planos de demissão em massa.
Impacto nos serviços e na economia
Embora muitos serviços sejam paralisados, algumas agências essenciais manterão suas atividades, mesmo com planos de contingência:
- O Departamento de Estado informou que contará com menos da metade de seus contratados diretos, mas continuará emitindo passaportes e vistos.
- A Receita Federal dos EUA informou que todos os seus 74,5 mil funcionários seguirão trabalhando normalmente.
- Companhias aéreas do país alertaram que a paralisação pode prejudicar o setor e causar problemas nos voos. Sindicatos pedem ao Congresso que impeçam o shutdown.
A economia do país também deve ser impactada. O Departamento de Trabalho informou que não divulgará o relatório mensal de empregos de setembro — previsto para esta sexta-feira (3) — por conta da paralisação. A ausência deste dado, considerado essencial para a compreensão do cenário econômico, pode levar o Federal Reserve a ter uma perspectiva mais incerta para tomar decisões sobre juros e política monetária. Os mercados de ações e de câmbio também registraram oscilações na sessão de terça-feira.
Historicamente, o governo dos Estados Unidos enfrentou um shutdown de 35 dias no início do primeiro mandato de Trump, que causou um prejuízo de US$ 3 bilhões no crescimento econômico do país, o equivalente a 0,02% do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano.
As exigências dos democratas para aprovação do orçamento giram principalmente em torno do setor da saúde, buscando estender subsídios ao programa Obamacare e reverter cortes no MedicAid.