Saúde

Variante da dengue mais comum no mundo é detectada pela primeira vez no Brasil

Da Redação*
portal@hojeemdia.com.br
05/05/2022 às 18:55.
Atualizado em 05/05/2022 às 18:58

Pesquisadores detectaram, pela primeira vez, a variante "genótipo cosmopolita do sorotipo 2" do vírus da dengue no Brasil. A cepa, que é a mais disseminada no mundo e está presente na Ásia, Oriente Médio e África, nunca havia sido registrada em território brasileiro. O genótipo foi identificado em Aparecida de Goiânia (GO).

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5) no portal da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A detecção da cepa da dengue foi liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO) e ocorreu em fevereiro a partir de uma amostra de um caso de dengue do final de novembro do ano passado.

De acordo com a Fiocruz, a chegada dessa variante no Brasil preocupa, porque existe a possibilidade de se disseminar de forma mais eficiente do que a linhagem asiático-americana, também conhecida como "genótipo 3 do sorotipo 2", que atualmente circula no país.

A cepa, no entanto, de acordo com a equipe, não é a responsável pelo surto de dengue em Goiás e tudo indica que ela foi identificada rapidamente, o que pode ajudar no controle dessa variante.

Origem
O achado representa o segundo registro oficial dessa linhagem nas Américas, após um surto no Peru, em 2019. As análises feitas no Brasil mostram que a cepa encontrada é semelhante a dois micro-organismos isolados durante o surto registrado na província de Madre de Dios, no Peru. Porém, ainda não é possível dizer que o "genótipo cosmopolita" foi introduzido no Brasil a partir do país vizinho. A suspeita é que tenha chegado a partir da Ásia, por meio de viagens intercontinentais.

Segundo a Fiocruz, as secretarias municipal e estadual de Saúde e o Ministério da Saúde foram comunicados. Os pesquisadores publicaram os achados em forma de estudo na plataforma de pré-impressão medRxiv – ainda não foi revisado por outros cientistas.

Os pesquisadores ressaltam que entre as principais ações para conter a disseminação da dengue está a eliminação de depósitos de água parada, que podem se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Além das ações de combate à dengue, os pesquisadores enfatizam a importância de intensificar a vigilância genômica do agravo para mapear a possível circulação da linhagem cosmopolita e compreender melhor as rotas de introdução do vírus no país.

(*) Com Agência Brasil.

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