Homenagem

Zilda Arns, morta no terremoto de 2010 no Haiti, pode entrar para o Livro dos Heróis e Heroínas

Agência Senado
19/05/2022 às 17:35.
Atualizado em 19/05/2022 às 17:39
A pediatra e sanitarista Zilda Arns ajudou a fundar a Pastoral da Criança (GNT/Divulgação)

A pediatra e sanitarista Zilda Arns ajudou a fundar a Pastoral da Criança (GNT/Divulgação)

O nome da pediatra e sanitarista catarinense Zilda Arns, que faleceu aos 75 anos, em 2010, vítima de um terremoto em Porto Príncipe, capital do Haiti, pode ter o nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

Essa medida faz parte do Projeto de Lei (PL) 1.560/2021, apresentado pela senadora Zenaide Maia (Pros-RN), foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado, nesta quinta-feira (19), e segue agora para análise da Câmara dos Deputados, se não houver solicitação para análise em plenário.

Para a relatora da proposta, senadora Leila Barros (PDT-DF), o reconhecimento “é justo e meritório’, já que Zilda foi referência nacional e internacional no desempenho de ações humanitárias e em defesa da vida, como as desenvolvidas por meio das Pastorais da Criança e do Idoso, ambas criadas pela médica catarinense.

“A partir de intenso trabalho social, que mobilizou centenas de milhares de voluntários, conta-se hoje em milhões o número de crianças brasileiras e estrangeiras que foram resgatadas de condições subumanas de existência, e para as quais se garantiu um desenvolvimento sadio e condizente com os preceitos de cidadania. À frente da Pastoral do Idoso, Zilda Arns propunha uma existência digna, feliz, integralmente amparada para as pessoas idosas menos favorecidas”, observou Leila. 

Zenaide Maia disse que a inclusão do nome de Zilda Arns no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria é motivo de orgulho para o país. Pois, segundo ela, a pediatra e sanitarista teve papel fundamental na missão de reduzir a desnutrição no Brasil.

“Salvou muitas vidas infantis e também tinha a Pastoral do Idoso. E não é um passado distante esse em que a gente tinha a desnutrição ocupando a maioria dos leitos infantis públicos deste país com crianças com marasmo e kwashiorkor (formas graves de desnutrição)”, lembrou a autora do projeto.

O sobrinho de Zilda Arns, o senador Flávio Arns (Podemos-PR), descreveu a iniciativa como oportunidade de resgatar referências de boas pessoas que realizaram “bons trabalhos” inspirando positivamente a população e o desenvolvimento de ações humanitárias no país, por meio do trabalho voluntário.

“A Pastoral da Criança foi fundada por ela há 39 anos e se expandiu como metodologia para outros países também. Hoje ainda, no Brasil, acompanha de perto um milhão de crianças em bolsões de necessidades, de pobreza, de comunidades vulneráveis”, comentou o senador.

O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria registra o nome e homenageia os brasileiros ou grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida em defesa e na construção do país com excepcional dedicação e heroísmo. O livro está guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Trajetória 
Zilda Arns Neumann nasceu em Forquilhinha, Santa Catarina. Mesmo contra a vontade do pai, estudou Medicina na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especializou-se em pediatria, saúde pública e sanitária. Começou a vida profissional no Hospital Pediátrico de Curitiba (PR).

Em 1983, formulou um plano para diminuir a mortalidade infantil com o uso do soro caseiro. A partir daí, criou-se a Pastoral da Criança. No início, era só um grupo de voluntários do Paraná, na pequena cidade de Florestópolis. Zilda Arns esteve à frente da entidade por 25 anos, atendendo a população de 20 países da América Latina, Ásia e África. Ela também foi responsável pela fundação e coordenação da Pastoral do Idoso.

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