Ômicron já infectou 138 pessoas em Minas; dados são de laboratório particular

Clara Mariz
@clara_mariz
05/01/2022 às 19:21.
Atualizado em 10/01/2022 às 02:01

Durante a pandemia da Covid-19 uma das principais preocupações dos cientistas é a possibilidade de mutação do vírus. De acordo com o professor Renan de Pedra Souza, do Observatório de Vigilância Genômica de Minas, a cada nova variante, a doença se espalha cada vez mais rápido. 

“Desde que a Ômicron surgiu, a Organização Mundial da Saúde já informou que ela é a mais transmissível até agora. Se nós formos pensar, a Delta transmite mais rápido do que a Gama e por aí vai”, explica o pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais.

De acordo com um levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, a variante Ômicron já infectou 138 pessoas no Estado -  97,62% das amostras analisadas. Conforme o painel de monitoramento da Covid da SES-MG, em Belo Horizonte, nas últimas três semanas, 76 pessoas foram contaminadas pela nova variante da Covid. “Na última semana, um laboratório particular entregou para o Estado os resultados dos seus exames que já identificam a presença da nova variante”, afirma. 

Segundo Souza, os testes feitos neste laboratório que registraram a nova variante explicam o salto expressivo nos números e a queda nos casos da Delta. 

O painel também revela que a Ômicron surgiu no Estado na 48ª semana epidemiológica desde o início da pandemia. E levou apenas três semanas para ultrapassar 95% dos novos casos registrados de Covid. A Delta, também considerada pelas autoridades de saúde como uma das mais transmissíveis, surgiu na 26ª semana da pandemia e atingiu 95%, 24 semanas depois. 

O professor afirma que essa diferença de tempo não reflete a capacidade de transmissão do vírus. O que acontece é que o exame de sequenciamento das amostras enviadas pela Fundação Ezequiel Dias à UFMG é mais demorado e nem todos os resultados já foram divulgados. 

Para o pesquisador, os dados atuais do Painel de Monitoramento são importantes para apontar o marco zero da contaminação comunitária no Estado. Essa informação é relevante para a adoção de medidas para evitar o contágio da população pelas autoridades de saúde. Ele ressalta que a frequência da variante Ômicron só será constatada depois que as amostras enviadas ao Observatório de Vigilância Genômica forem sequenciadas geneticamente. 

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