Acidentes com patinetes elétricas levam uma pessoa a cada dois dias ao Hospital João XXIII

José Vítor Camilo*
09/09/2019 às 15:56.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:29
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Com mais de 100 pessoas socorridas para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII entre janeiro e agosto deste ano por acidentes com patinetes elétricas, a unidade de saúde, que é referência em traumas de Belo Horizonte, atendeu uma média de uma pessoa a cada dois dias. No último fim de semana, a primeira morte do Brasil durante o uso desse tipo de transporte foi registrada na capital mineira. O empresário Roberto Pinto Batista Júnior, de 43 anos, morreu após uma queda no Centro, reacendendo o debate sobre a necessidade de regulamentação. 

O número aproximado de atendimentos por esse tipo de acidente no HPS até esta segunda-feira foi repassado nesta segunda-feira (9) ao Hoje em Dia pelo diretor assistencial da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Marcelo Lopes Ribeiro.

"Sou contra a forma como está sendo feito porque não existe nenhum tipo de adaptação. Não tem como regular a altura, o guidão, dependendo do tamanho da pessoa, é curto. E, além disso, não existe sistema de amortecimento das rodas", enumerou. Segundo o diretor, o caso do empresário foi o mais grave até agora, mas outras ocorrências de traumatismo craniano, fratura exposta e diversos casos em que as vítimas foram encaminhadas para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foram registradas neste ano no HPS. Veja como evitar as armadilhas no caminho de quem usa patinetes em BH.

Há cerca de quatro meses, no início de maio, a BHTrans anunciou que criaria um grupo de estudos que determinaria como seria feita a regulamentação das patinetes elétricas. A previsão inicial era de que uma consulta pública seria aberta ainda em junho, porém, isso não aconteceu até o momento. Procurada, a empresa informou que ainda não há previsão de quando o grupo concluirá os trabalhos. Integram o grupo representantes da Guarda Municipal e da Secretaria Municipal de Política Urbana. 

Empresa lamenta a morte 

Questionada pelo Hoje em Dia, a Grow, empresa responsável pela Yellow e pela Grin, principais empresas de patinetes em BH, lamentou a morte do empresário ocorrida no último sábado (7). "A Grow manifesta seu profundo pesar e solidariedade com os familiares de Roberto Pinto Batista Júnior que, de acordo com fontes oficiais, sofreu um acidente fatal ao trafegar com um patinete", disse.

Em seguida, a empresa afirmou que já está em contato direto com os familiares da vítima, prestando todo o apoio possível e, também, em diálogo com as autoridades locais para "esclarecer de que forma o acidente ocorreu". 

Ainda segundo a Grow, a empresa tem como prioridade a "segurança e a prevenção de acidentes", mantendo campanhas de conscientização em prol do uso correto de patinetes e bikes que são veiculadas pelo aplicativo e redes sociais. "Entre as recomendações está o uso dos capacetes. Além de orientar o usuário, a empresa já distribuiu mais de 6 mil capacetes em ações em que o usuário se desloca até o destino informado no aplicativo e retira o equipamento. As ações já ocorreram em Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Santos, Rio de Janeiro", concluiu, em nota. 

 *Com Renata Evangelista

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