Após temporal em área de barragem, moradores de Congonhas têm água barrenta nas torneiras

Renata Evangelista
23/12/2019 às 20:53.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:07
 (ANM/Divulgação)

(ANM/Divulgação)

Além do extravasamento de um dique de contenção de rejeitos, o forte temporal que atingiu a cidade de Congonhas, na região Central de Minas, nos últimos dias, comprometeu também o abastecimento de água de dois mil moradores do distrito de Pires.

Desde sexta-feira (20), a população do vilarejo enfrenta problemas com a qualidade da água, que chega às casas barrenta. Como medida paliativa, o abastecimento está sendo feito por caminhões-pipa e galões. 

A Defesa Civil Estadual e a Ferro + Mineração, responsável pelo dique, só devem se reunir para tratar do assunto na próxima quinta-feira (26). Até lá, a expectativa é a de que a população continue sem água potável nas torneiras.

Fornecimento

Por nota, a Copasa informou que, devido ao grande volume de chuva, ocorreu carreamento de rejeitos para o Córrego Cordeiros, que é usado para o abastecimento da região. Por isso, houve o "assoreamento da barragem, elevando a turbidez da água distribuída", explicou a companhia.

A Copasa disse que o fornecimento de água está normalizado, mas que a mineradora ainda está realizando a limpeza dos canais e das caixas d'água da população para que o recurso volte a ficar límpido. "Técnicos da companhia estão na localidade de Pires, em Congonhas, acompanhando a manutenção", frisou a nota enviada.ANM/DivulgaçãoEstrutura que armazena sedimentos foi vistoriada nesta segunda-feira

Chuvão

Em menos de uma hora, choveu em Congonhas cerca de 120 milímetros. A quantidade foi tão grande que o dique liberou água por um sistema interno de escoamento. O volume se juntou ao que passava pela BR-040 e moradores da cidade cogitaram que a represa de rejeitos havia se rompido.

A Agência Nacional de Mineração (ANM) vistoriou o dique e descartou o rompimento. A Ferro + Mineração informou que o dique de contenção de sedimentos, de baixo risco, continua operante e intacto, ou seja, reiterou que não houve rompimento. 

Ainda conforme a Ferro + Mineração, a empresa não utiliza barragem de rejeitos, ou seja, 100% do material gerado no processo produtivo são empilhados a seco.

Confira a nota da mineradora na íntegra:

C O M U N I C A D O

Esclarecemos que no dia 20/12/2019, última sexta-feira, um evento chuvoso intenso (~120mm durante uma hora) ocorreu na região onde se localiza a Ferro+ Mineração, próximo à cidade de Congonhas, na região Central do Estado.

Drenagens provenientes da própria mina e também da rodovia BR-040 são direcionadas para a estrutura, dimensionada para tal fim, chamada Dique do Josino. Essa estrutura não é uma barragem e sim um dique de contenção de sedimentos, de baixo risco, que continua operante e intacto, ou seja, não houve rompimento.

No entanto, o volume de água excedente passou pelo vertedouro e foi direcionado para a galeria da BR-040 que não conseguiu dar a devida vazão, alagando momentaneamente a entrada da empresa e a própria rodovia à jusante.

A empresa ressalta que o alagamento foi por um curto período de tempo e não afetou a captação da água que abastece o bairro do Pires, na cidade de Congonhas, localizada em outra bacia. A Ferro+ Mineração reitera que não utiliza Barragem de Rejeitos, ou seja, 100% dos rejeitos gerados no processo produtivo são empilhados à seco.

A Companhia informa ainda que segue rigorosamente a legislação ambiental e a Política Nacional de Segurança de Barragens.

A Ferro+ está colaborando ativamente com a Prefeitura Municipal e os órgãos ambientais para os devidos esclarecimentos.

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