Auxílio de programas sociais amparou 23% das famílias no país em 2020

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
19/11/2021 às 14:40.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:17
 (Helena Pontes / Agência IBGE Notícias)

(Helena Pontes / Agência IBGE Notícias)

Os auxílios dos programas sociais do governo foram responsáveis pela renda de cerca de 23% das famílias brasileiras em 2020. Em 2019, esse percentual era de 0,7%. Segundo especialistas, o aumento é explicado pelo pagamento do Auxílio Emergencial, benefício criado no ano passado para diminuir os impactos socioeconômicos da pandemia da Covid-19. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD)  divulgada nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Segundo o levantamento, os domicílios que recebiam Bolsa Família caíram de 14,3% para 7,2% entre 2019 e 2020. De acordo com a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni, essa redução se deve à parte dos beneficiários do programa que passou a receber o Auxílio Emergencial. “Se um beneficiário do Bolsa Família recebia um valor menor do que Auxílio Emergencial, ele passava a receber esse auxílio. Então houve uma migração de pessoas que recebiam Bolsa Família para a rubrica do Auxílio Emergencial”, explica.

Renda mensal

De acordo com a PNAD, no ano passado, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$ 1.349, o que representa uma queda de 4,3% em relação ao ano anterior, quando foi de R$ 1.410.

Em 2020, as pessoas que declararam possuir algum rendimento em Minas recebiam, em média, R$ 1.983, ao passo que no país o rendimento médio foi de R$ 2.213, valores estes que incluem todas as fontes de rendimento. 

Minas apresenta o menor rendimento médio da região Sudeste do Brasil. Acima do Estado encontram-se o Espírito Santo, com R$ 2.135, o Rio de Janeiro, com R$ 2.701, e São Paulo, com R$ 2.849 de rendimento médio mensal real.

Outros rendimentos

Ainda de acordo com a pesquisa, no ano passado, a proporção de pessoas que tinham outros rendimentos chegou a 14,3%, o que representa 30,2 milhões de pessoas. É a primeira vez na série histórica da pesquisa que esse percentual superou o dos que recebiam Aposentaria e Pensão (12,4%).

A categoria 'outros rendimentos' foi a única a crescer nessa comparação. “Houve uma combinação de fatores. O mercado de trabalho sofreu bastante com a pandemia. Por causa do distanciamento social, alguns setores que dependiam de movimentação de pessoas, como o setor de serviços, foram ainda mais afetados. O trabalho em si perdeu espaço. Isso explica a perda da participação do rendimento de todos os trabalhos, que cai de 74,4%, em 2019, para 72,8%, em 2020”, ressalta a analista da pesquisa. 

Ela explica que o rendimento de todos os trabalhos compunha 72% do rendimento domiciliar per capita em 2020. Os 27% restantes se dividiam, além de outros rendimentos (7,2%), em rendimentos de aposentadoria ou pensão (17,6%), aluguel e arrendamento (1,5%) e pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (0,8%). Por outro lado, o pagamento do Auxílio Emergencial fez com que os outros rendimentos ganhassem participação na composição do rendimento domiciliar per capita. No entanto, a especialista alega que o rendimento do trabalho continua sendo a principal fonte de renda dos domicílios.

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