BH pode ter meio milhão de pessoas infectadas por Covid, segundo monitoramento do esgoto

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
13/11/2020 às 16:47.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:02
 (Agência Brasil)

(Agência Brasil)

Continua subindo o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus em Belo Horizonte, de acordo com o boletim divulgado nesta sexta-feira (13) pelo projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, realizado pela UFMG em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e outras instituições públicas. A partir de amostras coletadas na semana passada, o estudo estima que existam 500 mil infectados na cidade.

Na semana anterior, a estimativa era de 450 mil pessoas com novo coronavírus. De acordo com o projeto-piloto, o número de moradores da capital infectados vem aumentando gradualmente desde meados de setembro, quando a estimativa era de 60 mil infectados. O maior número de vírus encontrados em amostras ocorreu em julho, quando o projeto chegou a estimar 850 mil infectados.

A boa notícia é que, diferentemente das semanas anteriores, os pesquisadores não encontraram o vírus em todas as amostras retiradas do esgoto da capital. Em uma das sete regiões da bacia do Arrudas monitoradas, o vírus não estava nas amostras. 

O estudo também analisa amostras retiradas da rede de esgoto de Contagem, na Região Metropolitana, onde também houve um aumento no número de pessoas infectadas estimadas. O levantamento projeta que, neste momento, podem ser 100 mil infectados na cidade.

Para os pesquisadores, o levantamento serve como um alerta para a possibilidade de haver uma nova elevação de casos confirmados e internações.

“As elevadas estimativas de população infectada observadas nas últimas três semanas epidemiológicas podem indicar o agravamento da pandemia em Belo Horizonte, o qual pode estar relacionado à gradativa retomada de atividades do setor de serviços, bem como às aglomerações, em especial em ambientes fechados, entre outros motivos”, afirmam os pesquisadores no relatório.

Os pesquisadores ressaltam que não há comprovação de que a Covid seja transmitida pelo esgoto. As estimativas das populações infectadas foram realizadas a partir das cargas virais quantificadas no esgoto afluente às redes Arrudas e Onça, porque pessoas infectadas eliminam o vírus por meio de fezes e urina. 

Taxa de transmissão

Embora trabalhe com estimativas e não com confirmações de casos de infectados, o monitoramento de esgotos permite aos gestores públicos prever um possível aumento no número de pacientes com Covid. Em Belo Horizonte, por exemplo, já houve um crescimento na taxa de transmissão do novo coronavírus ao longo desta semana.

De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura nesta quinta-feira (12), a taxa média de transmissão por infectado (Rt) está em 1,06 – ou seja, 100 infectados transmitem em média para 106 pessoas.

A Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que sua preocupação está “no cenário em que esse indicador permaneça durante muito tempo acima de 1,00, ou mesmo num valor crítico, acima de 1,20, o que provocaria um crescimento no número de casos mais graves e, consequentemente, pressão sobre a infraestrutura de saúde. Atualmente, a taxa de contágio não está refletindo em pressão nos leitos disponíveis, considerando que as taxas de ocupação de leitos Covid permanecem em nível verde: 31,2% para UTI e 29,6% para enfermaria”.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por