Bocas-de-lobo viram armadilhas nas ruas de Belo Horizonte

Simon Nascimento
scruz@hojeemdia.com.br
20/11/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:54
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A morte da estudante Anna Luisa Fernandes de Paiva, de 16 anos, na última quinta-feira, sugada por um bueiro em Venda Nova, lança um alerta para as condições dos demais compartimentos responsáveis em levar a água da chuva para a rede pluvial da cidade. Sem a correta manutenção, estruturas do tipo podem se transformar em armadilhas para pedestres e motoristas.

O risco de acidentes é maior em relação às bocas-de-lobo. Ao contrário da tragédia ocorrida na avenida Álvaro Camargos, quando a tampa do bueiro que fechava a galeria foi arrancada pela força da enxurrada, alguns gradis que ficam próximos às calçadas estão quebrados ou simplesmente desapareceram por atos de vandalismo. 

Um dos locais em que o problema pode ser visto é nas pistas que cortam os viadutos do Complexo da Lagoinha. Segundo a própria prefeitura de BH, a região é a mais frágil da cidade a esses furtos. Na via que leva os motoristas da avenida do Contorno à Cristiano Machado, há dez estruturas sem os gradis. 

As manilhas do interior das bocas de lobo, que levam a água para a rede, têm cerca de 60 centímetros de diâmetro. O perigo é maior durante as chuvas, frisa o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros. “Como não é visível, as pessoas podem pisar em locais sem proteção e serem engolidas por esses locais”.

Ele diz que, em algumas situações, a correnteza formada é tão forte que pode até arrastar uma caçamba de lixo. O militar também destaca o risco de lesões nos membros inferiores, causados por objetos cortantes imersos no volume da água, e doenças após a exposição a animais peçonhentos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, de agosto a outubro deste ano foram realizadas 950 trocas de gradis, a um custo de R$ 170 mil. A pasta ainda informou que realiza manutenções nesses equipamentos a cada 15 dias nas áreas de alagamento. Nos mesmos pontos, o trabalho é feito “imediatamente” após as ocorrências de chuva. Nos demais, uma vez a cada dois meses.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que atua diariamente com o patrulhamento preventivo, principalmente nos locais com maiores índices de criminalidade. A Guarda Municipal diz agir em toda a cidade para coibir as práticas e prevenir atos de vandalismo.

O patrulhamento é feito em motos e viaturas e conta com a ajuda de câmeras de vigilância. A população pode denunciar os delitos pelos telefones 153 ou 190.

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