
O Carnaval de Belo Horizonte une gerações. Famílias inteiras têm aproveitado esse período para curtir a festa com tranquilidade e amor. A ideia é manter viva a tradição popular e se divertir em harmonia.

Foi nesse clima que o pequeno Caetano, de apenas seis meses, foi apresentado à folia. A família do menino se juntou em peso para ir atrás do bloco Pena de Pavão de Krishna: pai, mãe, tios, madrinha, avó e até a cachorra Judith, mascote da trupe. “É um momento para se divertir com quem amamos. Selecionando bem os blocos, é tranquilo e dá para levar as crianças”, disse a mãe de Caetano, a artista plástica Camila Bicalho, de 31 anos.
Quem também esteve pela primeira vez em um desfile foi Manoela, de 11 meses. “Adoramos o Carnaval e queremos passar isso para a nossa filha. Acho que ela está gostando”, disse o pai da bebê, o analista de investimentos Daniel Pontes, de 40, acompanhado da esposa, a servidora pública Ana Cristina Ricci, de 33.

Diversidade
A festa momesca da capital também tem reunido moradores de várias classes sociais em um único espaço. Inclusive, a administradora Daniela Maria Teixeira Silveira, de 43 anos, quer passar essa mensagem para os filhos, de 11 e 16.
Ela observa que a folia em BH nasceu de manifestações populares. “É um momento de unir, se divertir, mas, também, de sair da bolha e conviver com os diferentes”, avaliou.
Para todas as idades
Não são apenas os mais novos que se esbaldam no Carnaval, que também reúne e anima os moradores mais velhos. “Festa mais democrática? Não existe”, avalia a funcionária pública Elizabeth Mota, de 65 anos.
Ao lado das amigas – todas na mesma faixa etária –, ela montou uma extensa programação para curtir a folia. “A intenção é aproveitar todos os dias”, disse.
Já a aposentada Heloísa Menezes, de 66, admite que não é tão fã dos festejos. Mas, neste ano, o batuque a puxou para a rua. Com a neta Iana, ela seguiu um cortejo pelas ruas do bairro Cidade Nova, região Nordeste. “A festa está linda e bem organizada. Estou adorando”, declarou.
Inclusão
Portadores de necessidades especiais também têm vez. Paraplégico há 16 anos, o aposentado João Marcelo Soares desfilou atrás de um trio elétrico. Emocionado, ele acompanhou todo o trajeto do Baianeiros ao lado da namorada. E não para por aí: o casal planeja participar de outros cortejos nos próximos dias.
“O Carnaval de BH garante a inclusão. A maioria dos blocos permite que pessoas com necessidades fiquem em uma área reservada, dá para todos curtirem da mesma forma”, reforçou a professora Alessandra Janaína Machado, de 41, companheira do João.