Mais corpos são encontrados na Vila Bernadete, dentre eles uma criança de três anos

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br | @oBruninacio
26/01/2020 às 09:02.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:25
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

O corpo de uma criança de 3 anos, da mãe e do pai dela, foram encontrados, na manhã deste domingo (26), nos escombros das casas que desabaram na Vila Bernadete, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Com os localizadaos, chega a seis o número de vítimas no local, onde cinco casas caíram na noite da última sexta-feira (24). Uma pessoa continua desaparecida.

Pai, mãe e a criança estavam em casa na hora do desabamento, mas identidade deles ainda não foi oficializada pela Defesa Civil. Uma mulher, que estava em outro imóvel, é a última pessoa que está sendo procurada. O Corpo de Bombeiros não confirma a identidade da desaparecida.

No sábado (25), pela manhã, dois homens foram encontrados, já sem vida. Edmar Rodrigues Silva, de 25 anos, que estava sozinho em casa após ter brigado com a companheira, era um deles. O outro homem ainda não teve a identidade confirmada pela Defesa Civil municipal. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) da capital.

A Vila Bernadete não era considerada área de risco pela Defesa Civil, o que provocou atraso no socorro aos moradores, que desde a tarde de sexta tentaram acionar o órgão por socorro. Em visita à comunidade, na manhã de sábado, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se disse envergonhado, pediu desculpas e se mostrou impressionado com a quantidade de lama nos escombros.

"Desculpa. Eu peço desculpa porque sou um cara indignado, trabalho feito um cavalo e eu sou o cuidador dessa gente", afirmou. Questionado sobre as críticas dos moradores pela atuação da prefeitura, lamentou: "Uma coisa que eu tenho na minha cara é muita vergonha. Eu tô muito envergonhado", disse.

Por causa dos riscos aos Bombeiros, técnicas parecidas com as utilizadas em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, têm sido usadas nas buscas. A quantidade de lama, muito encharcada, fez com que as buscas tivessem que ser interrompidas várias vezes durante o sábado.

O coronel Waldir Figueiredo, da Defesa Civil de BH, justificou a demora no atendimento à vila pelo alto número de chamados durante a forte chuva de sexta-feira (24). Segundo ele, foram pelo menos 500 em 24 horas, e a equipe resolveu priorizar áreas que eram consideradas de risco.

"Não viemos em razão do acúmulo de chamados e da priorização, porque nós não temos condição de avaliar simplesmente pela comunicação telefônica a situação de risco", justificou Figueiredo. "Os esforços foram nos locais sabidamente de risco", completou.

Além disso, segundo Kalil, um problema na linha telefônica da Telemar causou impedimento ao recebimento de chamadas do órgão. Defesa Civil e prefeitura não souberam dizer por quanto tempo houve interrupção nas linhas de atendimento.

As 50 famílias que foram removidas da vila estão em casas de parentes e abrigos alugados pela prefeitura. Segundo a Defesa Civil, elas recebem alimentação e itens de primeira necessidade.

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