Estudo amplia área de risco de barragem da Vale em Macacos e mais famílias serão retiradas de casa

Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/01/2020 às 16:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:27
 (Reprodução/Flickr)

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Quatro famílias que residem no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), serão retiradas de suas casas por risco de serem atingidas em caso de rompimento da barragem B3/B4 da Vale. A estrutura não apresentou nenhuma alteração no grau de risco, que continua em nível 3, mas novos estudos indicam que, em caso de colapso, uma área maior será impactada.

A Defesa Civil de Minas Gerais começou os estudos com a mineradora nessa segunda-feira (27), solicitando a retirada dessas famílias. A empresa diz ainda que vai realocar os moradores ainda nesta terça-feira (28). A estadia das famílias tem que ser custeada pela Vale e deve ser feita em caráter preventivo.

A apresentação de um novo estudo de impacto em caso de rompimento da barragem, chamado de dam break, faz parte de um termo de compromisso firmado pela Vale com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo o órgão, a mineradora teve que revisar o relatório de todas as barragens no Estado. Só na de Macacos é que a retirada de novas famílias foi necessária.

Assistência

Apesar de custeada pela Vale, a Defesa Civil é que conduzirá o processo de retirada. A mineradora informou, em nota, que "as famílias serão acomodadas em hotéis da região e receberão assistência integral da empresa". Animais resgatados serão levados para uma fazenda mantida com veterinários e biólogos contratados pela empresa.

A B3/B4 é uma das quatro barragens em Minas que estão em nível 3, o mais alto, de alerta para rompimento. Por causa disso, em Macacos, 125 famílias estão fora de casa

Na última quinta-feira (23), a Agência Nacional de Mineração (ANM) emitiu um alerta para que empresas com barragens em Minas reforcem as equipes de segurança e mantenham o monitoramento diário das estruturas por causa das chuvas fortes que impactam o Estado. De acordo com coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual (Cedec), tenente-coronel Flávio Godinho, todas as estruturas foram monitoradas e não houve mudança no fator de segurança das barragens no Estado.

Apreensão

Na sexta-feira (24), moradores do distrito de São Sebastião das Águas Claras se mostravam apreensivos devido às chuvas e alagamentos na região, que poderiam impactar a barragem B3/B4. Outro temor estava na construção de um muro de 34 metros de altura para a retenção de rejeitos em caso de colapso das estruturas, que estava retendo o fluxo d'água do ribeirão Macacos. 

A Vale diz que montou um plano para assegurar a estabilidade na barragem B3/B4. A mineradora diz que "instalou bombas adicionais para aumentar a vazão da água dos reservatórios para os sistemas de drenagem", e que monitora o local e a estabilidade 24 horas por dia.

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