Há 11 dias sem água, moradores fecham rodovia e Copasa aumenta caminhões-pipa em distrito de Baldim

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
03/02/2020 às 18:38.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:31
 (Ione Rodrigues/Divulgação)

(Ione Rodrigues/Divulgação)

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) vai aumentar o número de caminhões-pipa que atendem o distrito de São Vicente, em Baldim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A medida foi anunciada nesta segunda-feira (3), onze dias depois de bombas do poço que abastece a cidade terem apresentado falhas.

O reforço no número de caminhões só foi efetivado após os moradores do distrito fecharem a MG-010, nesse domingo (2). Com cartazes cobrando soluções da companhia, os manifestantes queimaram pneus e bloquearam a via por cerca de meia hora, até a chegada da Polícia Militar, que conseguiu desbloquear a via.

Para quem vive no distrito, o principal problema é a demora da companhia de saneamento em reativar o abastecimento normal às residências. Segundo a Copasa, o período chuvoso deixou o local onde fica o poço mais úmido que o normal e a previsão é que os equipamentos sejam consertados na próxima quinta-feira (6).

A auxiliar de serviços gerais Maria Antônia Silva, de 38 anos, diz que, apesar dos caminhões-pipa estarem levando água a parte das casas, a quantidade não tem sido suficiente, e os moradores têm feito racionamento desde a metade de janeiro. "É estranho, porque em período de tanta chuva, parece que estamos na seca", afirmou.

Segundo ela, para poder ter condições de fazer atividades secundárias, como manter a igreja, lojas e postos de saúde funcionando, os moradores precisam ir, por conta própria, até o centro da cidade, distante cerca de 5 km. A água que vem dos caminhões é utilizada apenas para beber, banho e refeições.

"Primeiro tivemos que diminuir os banhos. Neste tempo de chuva, acaba que precisamos de lavar mais roupas, para aproveitar quando o tempo seca, e não podemos, porque não tem água suficiente. E nem todo mundo tem condições de pagar para buscar a água ou comprar água mineral", disse. O galão de água mineral custa em torno de R$ 15 na região, conforme os moradores.

No comércio, empresários fecharam as portas de estabelecimentos por falta de condições de funcionamento. Um salão de beleza e uma padaria estão sem funcionar desde a última quinta-feira (29).

A prefeitura de Baldim diz que está em contato com a Copasa, mas não especificou quais medidas tomou. Já a companhia de saneamento disse que vai dividir os caminhões, e que os moradores devem baixar o aplicativo da empresa e clicar no ícone "estou sem água" para que o caminhão saiba para onde deve ir.

"A Companhia esclarece que dois caminhões-pipa encherão o reservatório que distribui a água nas redes e os outros irão fazer o atendimento domiciliar", diz a companhia, que enfatizou a necessidade de uso racional da água. Apesar de dizer que aumentou a quantidade de veículos especializados que serão direcionados ao distrito, a empresa não informou qual o número de caminhões disponível atualmente.

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