Parentes de intoxicados por dietilenoglicol começam a ser ouvidos pela Polícia Civil no caso Backer

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br | @oBruninacio
20/01/2020 às 17:30.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:21
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

A Polícia Civil começou a ouvir nesta segunda-feira (20) parentes de pessoas que foram intoxicadas ou que fazem parte da lista de casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol em Minas. Três parentes foram ouvidos pela manhã e outros quatro têm depoimento marcado para a terça-feira (21), na 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, no bairro Estoril.

É o início de uma nova fase das investigações. Segundo o delegado Flávio Grossi, que está à frente do caso, a equipe trabalha em duas frentes: numa, tenta verificar se de fato as contaminações envolvem rótulos da cervejaria; noutra, busca saber quais foram as circunstâncias em que tanques da fábrica foram contaminados.

Até o momento, 19 casos suspeitos de pessoas que tiveram contato com o dietilenoglicol após consumo de bebidas da Backer foram contabilizados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Quatro delas morreram. Em pelo menos quatro vítimas já foi comprovada a presença da substância no organismo.

A Polícia Civil não informou o teor dos depoimentos colhidos nesta segunda-feira, nem repassou quais serão os próximos passos da investigação. Não foi confirmado se os administradores da Backer ou da empresa que vendia o monoetilenoglicol para a cervejaria já foram ouvidos pelos policiais.

Até esta segunda, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já havia detectado a presença de dietilenoglicol em dez rótulos da indústria. São eles: Corleone, Backer Trigo, Belorizontina, Capixaba, Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.

Interdições

Na última sexta-feira (17), a Vigilância Sanitária de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fechou a empresa química que fornecia monoetilenoglicol para a Backer. De acordo com o órgão, a distribuidora, localizada no bairro Vila Paris, vendia o monoetilenoglicol fracionado e não tinha alvará para isso.

O Mapa impediu a cervejaria de produzir todos os rótulos de cerveja e chope. Além disso, a empresa mineira terá que fazer o recall de todos os produtos em que já foi constatada a contaminação. "A medida é preventiva e vale para todo o Brasil", ressaltou o ministério, que vai analisar ainda gin e whisky produzidos pela empresa mineira.

A Backer informou que “segue colaborando com as autoridades e vai respeitar a determinação da Anvisa”. Com relação à inspeção nos destilados, a Backer informou que não foi oficialmente comunicada sobre a questão. Declarou, contudo, que o gin e o whisky não utilizam água do processo cervejeiro.

Entre a última segunda-feira (13) e sexta-feira (17), 2.267 garrafas de cervejas Backer foram recolhidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. As garrafas ficam à disposição da Polícia Civil para perícia. Um novo balanço deve ser divulgado ainda nesta segunda-feira (20).Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento/DivulgaçãoConfira todos os lotes e rótulos com presença de dietilenoglicol comprovada pelo Mapa (clique para ampliar)

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