Suspeita de matar jovem para roubar bebê postava fotos simulando gravidez e já tinha nome da criança

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
17/10/2018 às 18:09.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:18
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

Emanuelly Vitória era como a suspeita de matar uma jovem de 23 anos para roubar seu bebê pretendia batizar a recém-nascida. O nome pode ser visto em publicações em sua conta no Facebook, nas quais ela aparece exibindo uma barriga supostamente gestante.

A primeira publicação simulando a gravidez da suspeita é do dia 8 de agosto e traz uma foto dela abraçada pelo marido com uma legenda comemorativa: "Papai mais feliz do mundo". Outra imagem postada no mesmo dia traz o marido beijando a barriga da suspeita. "E um sonho se tornou realidade papai mais feliz do mundo te amo e te amarei eternamente vc e a nene (SIC)".  

Entre os comentários, usuários indignados enviam mensagens com insultos, pedindo justiça e até desejos de morte. Praticamente todas as postagens da mulher estão sendo comentadas. O nome que a suspeita pretendia dar à menina foi revelado no fim de setembro.

O crime aconteceu nessa segunda-feira (15), em João Pinheiro, Noroeste de Minas Gerais, e a suspeita, de 40 anos, confessou à Polícia Civil na noite do dia seguinte ter matado a mulher grávida. Segundo a suspeita, para cometer o crime, a vitima foi dopada com álcool, amarrada em um tronco e, enquanto ainda estava viva, teve o bebê retirado de seu útero com uma faca de cozinha. A jovem estava grávida de 8 meses e esperava uma menina.

Carlos Henrique Gomes Bueno, delegado regional de Paracatu e responsável pelas investigações, afirmou que as postagens da mulher podem indicar a premeditação do crime. "Se comprovado todo esse planejamento, a pena dela pode aumentar consideravelmente dependendo da interpretação dos jurados, e, ao que tudo indica, essa intenção já existia antes do crime", explicou.

Ainda de acordo com ele, a suspeita e o marido, de 57 anos, estão presos preventivamente e vão responder por homicídio qualificado e por dar o parto alheio como próprio. Embora a mulher afirme que agiu sozinha, os investigadores desconfiam da participação do homem, que também foi ao hospital com a esposa e fingiu que a criança era deles. "Entre as postagens no Facebook dela, vemos fotos dele beijando a barriga simulando a comemoração da gravidez, o que reforça ainda mais nossas suspeitas", afirmou Bueno.

Crime confesso

Em seu depoimento à Polícia Civil, a suspeita disse que, na segunda-feira (15), atraiu a jovem de 23 anos até um matagal às margens da BR-040. Lá, a mulher confessou que atirou álcool no rosto da vítima e a estrangulou com um fio de metal. Na sequência, a grávida foi pendurada em uma árvore, momento em que a suspeita fez o parto clandestino. A faca usada no crime foi descartada e ainda não foi localizada pela polícia.

O corpo foi encontrado após a suspeita aparecer com a criança no hospital para que ela fosse tratada de uma ferida na cabeça. No local, ela afirmou aos médicos que tinha dado à luz, mas os profissionais desconfiaram de seu estado de saúde, que não condizia o normal nesses casos. Ao pedirem exames à mulher, ela se recusou e acabou dizendo que a filha era de uma amiga que ela não sabia onde estava.

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