
O ônibus que se acidentou na Serra de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no último domingo (27), com turistas mineiros, tinha ao menos três irregularidades, e não podia estar circulando. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o veículo tinha 24 anos de uso, estava sem cadastro no órgão e não possuía cintos de segurança.
Duas pessoas morreram e outras cinquenta e cinco ficaram feridas na batida, que ocorreu por volta das 7h de domingo. O veículo se chocou com uma mureta e ainda bateu em outro ônibus. A viagem era uma excursão de turistas de Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete, na região Central do Estado, para a praia de Copacabana, na capital fluminense.
A ANTT informou que o coletivo não podia estar circulando no transporte de passageiros e que, por isso, não havia autorização para viagens. Segundo o órgão, mesmo que os proprietários tivessem requerido permissão para a excursão, ela seria negada devido ao tempo de uso do ônibus: 24 anos, quando o máximo permitido são 15.

Além disso, a ANTT advertiu que não havia condições para a viagem e que o alto número de feridos e as vítimas fatais, poderiam ser evitados caso houvesse cinto de seguranças. A empresa Cota Tur, que tem a marca estampada no veículo, informou na segunda-feira (28), que não é proprietária do ônibus. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, em setembro deste ano, Mário José de Assis, de 65 anos, um dos motoristas, é quem havia comprado o automóvel da Cota Tur em setembro deste ano.
Direção
Nesta terça-feira (29), a filha de Assis disse em entrevista à TV Globo que o pai não conduzia o veículo na hora do acidente. A Polícia Civil do Rio, que investiga as causas da batida, ainda não confirma a informação. Segundo a corporação, apesar de os passageiros terem dito, em depoimento, que houve troca de direção durante a viagem, só a perícia da Polícia Civil é que vai confirmar quem dirigia na manhã de domingo.
Dos passageiros feridos no acidente, 40 já retornaram para Minas Gerais. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ), para onde os feridos foram levados desde domingo, sete pessoas estão internadas no Hospital Adão Pereira Nunes, um deles em estado grave. Elas só "serão encaminhadas para BH quando houver estado de saúde que condicione o transporte", informou a Pasta.