Vereador é preso após tentar receber R$ 800 mil da Vale por tragédia em Brumadinho

Daniele Franco
08/08/2019 às 17:48.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:54
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O vereador Josimar Silva Cardoso (PDT) da cidade de Mário Campos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi preso em flagrante suspeito de fraudar indenizações pela tragédia de Brumadinho, cidade vizinha e também na Grande BH.

Segundo a Polícia Civil, o parlamentar está sendo indiciado por estelionato consumado e tentado após tentar receber R$ 800 mil de indenização da Vale. Conhecido como Preto da Bela Vista, o suspeito entrou com um pedido de indenização afirmando ter arrendado um terreno atingido pela lama onde, antes, eram produzidos insumos agrícolas. A investigação, no entanto, apurou que as terras estavam em nome de outro proprietário.

Além da indenização pela produção, o vereador, que também é vice-presidente da Câmara de Mário Campos, também tentou receber o pagamento ao qual somente os moradores de Brumadinho têm direito.

A Câmara de Mário Campos declarou que não se pronunciará a respeito do ocorrido por se tratar de um fato externo à atividade de Josimar como vereador. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do parlamentar.

O diretório mineiro do PDT, partido do vereador, emitiu uma nota condenando a atitude de Josimar. "Em meio a tanta dor de perdas irreparáveis causada por uma das maiores tragédias humanas do país, é extremamente chocante constatar práticas ilegais em busca de aproveitamento financeiro ilícito", diz o texto. Assinada pelo deputado federal Mário Heringer, presidente do PDT de Minas Gerais, a nota ainda informa que o partido tem "mecanismos legais para afastar de imediato e de forma permanente qualquer representante do partido que pratique esse tipo de conduta criminosa e qualquer outro tipo de ilicitude."

Fraudes

Josimar não foi o primeiro preso pela prática ilícita. O último caso aconteceu no início de julho, quando a polícia também prendeu dez pessoas, sete de uma mesma família, suspeitas usar declarações de saúde falsas para fraudar as indenizações pela tragédia. Para terem acesso ao benefício, os suspeitos pagaram por declarações de um Posto de Saúde da Família (PSF) do município.

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