Comitê da PBH vai avaliar lockdown 'de verdade' na capital, alerta infectologista

Maria Amélia Ávila e Luiz Augusto Barros
portal@hojeemdia.com.br
22/03/2021 às 19:35.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:29
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

O Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte pode discutir, nos próximos dias, um lockdown mais severo na cidade diante do colapso do sistema de saúde. Nesta segunda-feira (22), as vagas destinadas aos pacientes com o novo coronavírus nas UTIs da rede pública se esgotaram, assim como nos hospitais particulares.

“Um lockdown verdadeiro será discutido internamente no comitê, na prefeitura, ouvindo outras pessoas também. O mais importante agora é a participação da sociedade, porque tem muito pouca coisa a se fechar que não seja essencial”, afirmou o infectologista Estevão Urbano, membro do comitê.

Desde a última sexta-feira (19), não há mais vagas nas terapias intensivas da rede particular. Nesta segunda, o colapso chegou ao SUS. Ao todo, 59 pessoas aguardam na fila por um leito. Segundo o boletim epidemiológico da PBH, a taxa de ocupação das UTIs chegou a 107,3%.

“É uma situação dramática porque muitas pessoas podem ficar sem atendimento. Do ponto de vista de resolução a curto prazo, a solução seria a vacina, mas nós não temos. Então essa resolução não está dentro das possibilidades”, afirmou o especialista.

Na Onda Roxa do Minas Consciente, BH conta com diversas restrições no comércio e de circulação. Desde a última quarta-feira (17), o toque de recolher de 20h às 5h está em vigor no município. Mesmo com o recuo na flexibilização, Urbano não vê contribuição da população em conter o vírus. 

“Vemos mais gente andando nas ruas do que realmente necessitaria. Acho que agora é preciso, mais do que nunca, de conscientização daquelas pessoas que ainda são negacionistas, porque não há muito espaço para mais nada”, completou.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que assim como todo o país, Belo Horizonte se encontra em uma situação grave em relação a pandemia da Covid-19 e que a pasta trabalha de forma ininterrupta para que todos os pacientes sejam atendidos. " Todos os pacientes hospitalizados nas instituições da Rede SUS que necessitam de UTI estão recebendo assistência e já foram cadastrados na central de leitos, que funciona 24 horas, sete dias por semana, inclusive nos feriados".

Ainda segundo o comunicado, somente neste mês foram abertos 161 leitos, saltando de 283 UTIs Covid no dia primeiro, para as atuais 444. "Atualmente a Rede SUS tem o maior número de leitos de UTI desde o início da pandemia. O máximo até então era 424 em agosto do ano passado. Nesta segunda-feira, 22 de março, a Prefeitura anunciou novas medidas para ampliar e agilizar a assistência, como a abertura de nove unidades de atendimento 24h não Covid que irão apoiar as UPAs, atendendo a pacientes não respiratórios, com quadros de média e baixa complexidade".

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