Conselho afirma que tentativas da PBH para resolver lotação de UPAs não tem sido suficiente

Clara Mariz
@clara_mariz
11/01/2022 às 19:20.
Atualizado em 18/01/2022 às 00:52
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

As tentativas da Secretaria de Saúde de BH para enfrentar o “colapso” no atendimento de urgências e emergências nos Centros e Unidades de Saúde do SUS da capital não têm causado o impacto necessário para resolver o problema. A avaliação é do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, que se reuniu na última quinta-feira (6) para discutir o efeito da pandemia e da H3N2 no atendimento à população. 

A presidente do Conselho, Carla Anunciatta, conta que além da falta de profissionais que são afastados pela contaminação da Covid-19 e agora pela gripe, as condições de trabalho nas unidades não são adequadas. Segundo ela, as escalas de plantões estão incompletas e o número de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem é insuficiente para atender a demanda de pacientes. 

“Muitos profissionais estão esgotados, se contaminando e a população, além de adoecida, está carente de uma assistência em saúde mais eficaz. As condições de trabalho não são muito adequadas”, afirma Anunciatta. 

Ela afirma que a rede de saúde pública que foi instalada em Belo Horizonte é “complexa” e “robusta” com a contratação de várias especialidades, médicos e técnicos. Porém, nos últimos anos, houve uma “desconstrução” da política de recursos humanos e não há mais incentivo aos profissionais. “A justificativa que tivemos quando levamos essa demanda para a Secretaria foi que eles não estão conseguindo contratar novos profissionais. Mas não conseguem, porque a política de recursos humanos é horrível, porque o salário é pouco e as condições são precárias, quando comparamos com o sistema de saúde de cidades da região metropolitana. Então, há uma fuga de profissionais para esses lugares que pagam mais e possuem melhores condições”, afirmou 

Procurada pelo Hoje em Dia, a Prefeitura de BH por meio da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão informou que em dezembro de 2021, 487 trabalhadores foram afastados por doenças respiratórias, e que esse número representa 4% do total de empregados. 
 
Quanto à contratação de mais médicos e outros profissionais da área de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que tem trabalhado para fazer as contratações e reforçar as equipes. “Diante do aumento por atendimento nas unidades de saúde da capital, desde 24 de dezembro de 2021, a Prefeitura tem empreendido todos os esforços e já contratou 845 profissionais de saúde, sendo 162 médicos em diversas especialidades”, explicaram por meio de nota. 

Melhorias 

Na busca para melhorar a situação dos atendimentos no SUS da capital, o Conselho Municipal de Saúde propôs algumas medidas emergenciais para auxiliar a Prefeitura de BH no enfrentamento à crise. Entre as propostas, estão a divulgação da gravidade da situação da pandemia do novo coronavírus, da necessidade de vacinação, manutenção do isolamento social e das medidas de prevenção às doenças respiratórias. 

Além disso, eles recomendam a ampliação do número de consultas médicas virtuais disponibilizadas nas Teleconsultas do SUS. Assim com a abertura de centros de testagem pública para a realização de testes de Covid, com a intenção de desafogar os centros de saúde e as UPAs. 

Testagem

Além da busca por melhores condições de trabalho e da resolução da crise de atendimentos, uma das principais reivindicações dos profissionais da saúde, principalmente da linha de frente no enfrentamento à Covid, tem sido o aumento de testagens contra a doença. 

A presidente do Conselho, Carla Anunciatta, explica que demorou que os testes fossem ofertados com frequência mas que, mesmo com a demora, a medida tem sido bem aproveitada. “A reivindicação do conselho sempre foi vacina e testagem para todos já que assim a gente consegue controlar e saber quais as medidas públicas temos que tomar para dar uma freada e ter um controle maior na pandemia”.

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