Covid: 'situação é gravíssima, as pessoas não sabem como estão os hospitais', alerta infectologista

Luiz Augusto Barros
luiz.junior@hojeemdia.com.br
12/03/2021 às 19:18.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:24
 (Fernando Michel/Hoje em Dia)

(Fernando Michel/Hoje em Dia)

À beira do colapso, com hospitais no sufoco para dar conta da elevada demanda de pacientes com Covid-19, Belo Horizonte inicia neste sábado novas e ainda mais rígidas restrições para barrar o vírus altamente contagioso. Dentre as ações para esvaziar as ruas da cidade, está a proibição de caminhadas e atividades de lazer nas praças. O prefeito Alexandre Kalil prometeu fiscalização “implacável” contra os furões da quarentena.

Em meio às tentativas de barrar o vírus, médicos reforçam o alerta à população. "A situação não é grave, é gravíssima. As pessoas não sabem o que está acontecendo e o que poderá acontecer nos hospitais", afirma o infectologista e membro do Comitê de Combate à doença, Estevão Urbano.

Segundo ele, o grupo de médicos envolvidos no enfrentamento à enfermidade está ciente de todas as demandas, em relação à questão econômica, às crianças, ao transporte público. Mas, nesse momento, ações mais rígidas são necessárias.

"Esse comitê nunca quis ser protagonista em torno da verdade, então aceitamos todas as sugestões. Ninguém queria estar aqui falando de pandemia, queriam estar em casa, viajando, tomando uma cerveja em um boteco. Entendemos a crise econômica, mas vamos deixar isso de lado agora, vamos unir os esforços. Se nós não fizermos cada um a sua parte, essa situação gravíssima será sentida na pele de todos e o serviço colapsará”, acrescenta Estevão Urbano.

PACOTÃO

Na segunda-feira, o pacotão de medidas da PBH determina que os restaurantes não poderão entregar comida no estabelecimento, diretamente para os clientes. Ou seja, apenas quem adotar o serviço de delivery tem permissão para funcionar e, mesmo assim, de portas fechadas. 

Lojas de conveniência – franquias instaladas em postos de combustíveis – tem aval apenas de segunda a sexta-feira, e só até 18h. Carrinhos e trailers de comida estão proibidos. Igrejas e templos religiosos ficarão abertos para que os fiéis possam fazer orações, mas as missas e cultos também foram barrados.

De acordo com o Kalil, haverá um empenho maior da Guarda Municipal e da Polícia Militar nas ruas. Segundo o prefeito, as duas corporações passarão a atuar de forma integrada. Ele admitiu que “houve uma falha nesse ponto”, mas garantiu mudanças. “A fiscalização será implacável com quem ignorar a doença. Não podemos deixar comerciantes, bares e pessoas sérias serem prejudicadas”, afirmou Kalil.

Desde julho do ano passado, o uso de máscaras é obrigatório em BH. Quem for flagrado sem o equipamento de proteção ou com ele mal colocado no rosto pode ser punido, caso continue descumprindo a determinação. A multa é de R$ 100 para quem infringir o protocolo.

Nessa sexta-feira, os três indicadores de avanço da doença na cidade – taxa de transmissão, ocupação de leitos de UTI e enfermaria – seguiram em nível de alerta máximo, exemplo do que já havia ocorrido na quinta.

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