Defensoria Pública quer receita médica para cloroquina, testada no combate à Covid-19

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
20/03/2020 às 13:27.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:01
Resolução entra em vigor em 1º de agosto (Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

Resolução entra em vigor em 1º de agosto (Flávio Tavares/Arquivo Hoje em Dia)

Depois da circulação de informações de que havia testes sendo feitos em diversos países para verificar a eficácia do uso da hidroxicloroquina ou cloroquina no tratamento do novo coronavírus, houve uma corrida por esse medicamento em farmácias. Para evitar uma perigosa automedicação, a Defensoria Pública de Minas Gerais ajuizou nesta sexta-feira (20) um pedido de tutela antecipada para que drogarias só vendam o fármaco com receita médica.

A cloroquina é usada no tratamento da malária, de alguns tipos de artrite e de doenças autoimunes. Esta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu que a substância pudesse ser usada no tratamento a pacientes com o novo coronavírus, mesmo que não haja testes conclusivos sobre essa eficácia.

De acordo com a Defensoria Pública, são citados na tutela antecipada o Governo do Estado, o Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais e o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, para que passe a ser exigida a retenção de receita na compra por particulares, sendo os dois conselheiros (de Medicina e Farmácia) importantes na fiscalização, divulgação e implementação da ordem judicial requerida.

A tutela foi feita para evitar um desabastecimento no medicamento, importante para vários pacientes que fazem o seu uso cotidianamente. “Conferimos o estoque de uma das principais redes de drogarias de Minas Gerais e tivemos a confirmação de que já não existia a hidroxicloroquina para venda. Isso nos trouxe uma imensa preocupação, já que atinge diretamente aqueles que precisam e têm indicação médica para uso deste medicamento”, ressalta o defensor público Rodrigo Delage.

Infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Dirceu Greco informou que o uso da cloroquina está em avaliação pela comunidade médica, mas sem comprovações. "No decorrer do tempo, esse medicamento e outros que tiveram bons efeitos in vitro poderão ser testados no combate à doença. Por enquanto, as recomendações aos brasileiros são aquelas indicadas pelo Ministério da Saúde, como isolamento social e higienização constante das mãos", disse.

O médico recomenda às pessoas que não usem a cloroquina, especialmente porque esse medicamento pode causar efeitos colaterais, como dor de cabeça, vômito e diarreia.

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