Dois dias após enchente, praça Marília de Dirceu ainda tem lama, buracos e sujeira

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
30/01/2020 às 10:31.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:29
 (Mauricio Vieira)

(Mauricio Vieira)

Dois dias após enchente destruir várias ruas no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, o cenário na praça Marília de Dirceu ainda era impressionante na manhã desta quinta-feira (30): o asfalto deu espaço a profundos buracos, lojas com barro e lixo amontoado nas calçadas. Aos poucos, moradores e comerciantes tentam retomar a vida. Uma força-tarefa trabalha na reconstrução da via.

A advogada aposentada Heloísa Faria assistiu o caos da janela de casa, na noite da última terça. “Eu nunca tinha visto nada igual. Os carros passavam como se estivessem navegando. A gente não sabia se havia pessoas nesses veículos. A apreensão foi grande”, contou.

Para ela, que mora no bairro há 12 anos, esse deve ser o momento em que a sociedade repensa a cidade. “Infelizmente, nossas leis foram alteradas para satisfazer a ambição da construção civil. (Espero) que as pessoas possam, a partir desse momento, ter a consciência de que isso não vale nada. O que vale é o bem-estar das pessoas. Mesmo após tudo isso, nós temos casa e o que comer, mas há muita gente, em outros lugares, que nem isso tem”, disse. 

A servidora pública Marta Navarro, de 61 anos, resumiu toda a situação no local como assustadora. “Saí ontem para ver e eram bueiros levantados, placas de asfalto presas em postes e os barrancos descendo”, relembrou.

Reconstrução 

Equipes de funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte fazem, na manhã desta quinta-feira, a coleta de materiais que foram carregados pela água. Diversos caminhões, incluindo um de coleta de resíduos, além de tratores, recolhem pedaços de madeira e metal jogados. 

Enquanto isso, comerciantes limpam seus espaços e repõem os materiais perdidos. Presente no mesmo ponto há 40 anos, o Salão Marília de Dirceu, na esquina com a rua Felipe dos Santos, já conseguiu reabrir nesta quarta-feira.

Uma chapa de madeira substitui a porta de vidro, que foi arrancada pelas águas, na chuva. Duas cadeiras de barbearia foram levadas. “O prejuízo está em cerca de R$ 12 mil. Algo dessa envergadura nunca havia ocorrido aqui”, relatou o barbeiro Armando Ribeiro. Segundo ele, a expectativa é que as pessoas não deixem de visitar o empreendimento, mesmo em épocas de chuva, pois é um ponto tradicional.

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