Dono de lava-jato em BH terá que indenizar funcionária por câmeras escondidas no banheiro

Lucas Sanches
@sanches_07
19/10/2021 às 21:34.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:05
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

O dono de um lava-jato no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, foi condenado em segunda instância a indenizar uma funcionária por ter câmeras no banheiro feminino, usadas para filmar as mulheres. O valor estipulado é de R$ 37.169,55, mas a sentença cabe recurso no Superior Tribunal do Trabalho, em Brasília.

A ação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais aponta diversas irregularidades no estabelecimento, que inclusive não tinha Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) - os registros eram feitos por outra empresa. Na sentença, a desembargadora Juliana Vignoli Cordeiro determinou a dispensa da funcionária com todos os direitos preservados e reconheceu que ela trabalhava sem carteira assinada. 

O valor da indenização inclui R$ 30 mil por danos morais, além de R$ 7.169,55 por horas extras e verba rescisória. De acordo com o TRT, todas as demais ações de funcionárias já foram julgadas em primeira instância, com ganho de causa para as vítimas. No entanto, ainda falta o julgamento em segunda instância.

O empresário, de 53 anos, foi preso em flagrante em 8 de maço, suspeito de assediar pelo menos 12 funcionárias por meio das câmeras instaladas no banheiro do lava-jato. A polícia encontrou três equipamentos dentro do espaço, um no teto, um ao lado do vaso sanitário e outro acima da janela.

Em depoimento, as vítimas afirmaram que eram frequentemente vítimas de assédio sexual. O empregador, segundo elas, usava palavras pejorativas, provocava constrangimentos e pedia atos sexuais em troca de dinheiro. Quando questionavam o autor sobre os crimes e os direitos trabalhistas, as mulheres diziam ser ameaçadas.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por