Duda Salabert cria perfil no Instagram para colher denúncias de assédio sexual

Cinthya Oliveira
22/04/2019 às 20:35.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:20
 (Reprodução/ Facebook)

(Reprodução/ Facebook)

Um dia após anunciar a sua desfiliação do PSOL, a professora e ativista Duda Salabert divulgou, nesta segunda-feira (22), um perfil no Instagram para receber e expor denúncias de assédio sexual. O objetivo é orientar mulheres sobre maneiras e locais para a realização de denúncias formais, além de criar pontes entre as vítimas e projetos de apoio a mulheres que sofreram violência e assédio. Nas primeiras horas, o projeto ganhou mais de 1.700 seguidores.

A ideia do Foiele (@foieledenuncia) surgiu depois da denúncia feita por Duda em seu perfil do Instagram sobre o assédio que uma cliente teria sofrido de um tatuador da região Centro-Sul de Belo Horizonte. Depois disso, várias pessoas procuraram a Polícia Civil para denunciá-lo. O homem, de 44 anos, acabou sendo indiciado por violação sexual mediante fraude contra 19 mulheres no início deste mês.

“A partir desse episódio, muitas mulheres começaram a me enviar casos de assédios vividos com outros profissionais, como ginecologistas e instrutores de autoescola. Umas me mandavam com tom de denúncia, outras com tom de desabafo. Percebi que é necessário haver um espaço, mesmo que virtual, em que as mulheres se sintam à vontade para fazer denúncias”, afirmou Duda, que foi a primeira candidata trans ao Senado no país.

A intenção é que a página trate, a cada mês, uma profissão como temática, reunindo relatos que trataram de assédios vivenciados por determinados profissionais. “Já temos várias voluntárias que vão trabalhar conosco e dar suporte psicológico e jurídico para mulheres assediadas. Após o caso do tatuador, vimos que o ativismo virtual tem poder e abrangência”.

O projeto Foiele não busca substituir os canais oficiais de ajuda a vítimas de assédio ou violência sexual, mas contribuir para que elas saibam identificar e denunciar o crime. “A estrutura social é machista e está sempre tentando deslegitimar a narrativa das mulheres. É preciso dizer para a vítima que aquele assédio não foi coisa da cabeça dela e que tem total direito de fazer a denúncia”, completa.

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