Durante trabalho preventivo, policiais identificam caso de cárcere privado no bairro Tupi

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
06/03/2020 às 15:01.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:52
 (PMMG)

(PMMG)

A Polícia Militar prendeu nesta sexta-feira (6) um homem por suspeita de manter em cárcere privado a companheira, com quem mantém uma relação de 16 anos. De acordo com relato da vítima aos policiais, ele a impedia de sair de casa e chegava a privá-la de se alimentar, além de trancá-la no quarto por diversas vezes com as duas filhas, de 10 e 14 anos.

A identificação dessa situação foi possível graças a um trabalho desenvolvido pela Companhia de Prevenção à Violência Doméstica, que faz visitas regulares em domicílios onde foram registradas ocorrências de agressões entre familiares.

Na manhã desta sexta, a equipe formada pelo sargento Adilson Venâncio e pela cabo Michele Gontijo chegou até uma casa no bairro tupi, região Norte de Belo Horizonte, e logo se verificou que havia um caso recorrente de violência no local.

“A mulher nos atendeu e logo o companheiro chegou e, com tom intimidativo, questionou: ‘por que você chamou a polícia para mim?’ Rapidamente, separamos as partes e ela contou que estava em cárcere privado”, relatou o sargento. “Ela disse que o marido é um ditador”.

De acordo com o policial, a vítima acabou revelando que o companheiro a agredia fisicamente e verbalmente, com vários insultos pejorativos, e que ela só podia comer o que ele permitisse. Também revelou que sofria violência sexual com frequência e tinha muito medo do companheiro.

Foi dada voz de prisão para o suspeito, que foi conduzido até a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher. A vítima está sendo orientada a buscar todos seus direitos jurídicos e assistenciais. As crianças, nesta sexta, ficaram sob os cuidados de vizinhos.

A 1ª Companhia de Polícia Militar Independente de Prevenção à Violência Doméstica tem policiais treinados em 80 cidades mineiras. Em entrevista coletiva concedida no final do ano passado, o coronel Giovanne Gomes, comandante-geral da corporação, informou que 8 mil famílias que passaram por violência doméstica já foram atendidas pelo trabalho preventivo e a taxa de reincidência entre elas é de 1%.

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