Educação, saúde, serviços e transporte: veja o que deve ser afetado pela greve geral nesta 6ª em BH

Juliana Baeta
13/06/2019 às 16:22.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:05
 (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

(Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Unidades de saúde, metrô, escolas e agências bancárias. Estes são alguns dos serviços que devem ser paralisados nesta sexta-feira (14) em Belo Horizonte por conta da greve geral nacional contra a Reforma da Previdência. Por meio dos sindicatos, os trabalhadores foram convocados a aderir à paralisação ao longo dessa semana. 

Veja abaixo os serviços que devem parar nesta sexta:

"A sinalização é que vai haver uma forte adesão, inclusive nas UPA's, que devem funcionar em escala mínima com 30% de atendimento, conforme manda a lei. E se nas unidades de emergência e urgência os trabalhadores estão com disposição para aderir à greve, é sinal que as demais categorias também vão aderir", afirma o presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte (Sindibel), Israel Arimar. 

O Sindibel representa os trabalhadores municipais da saúde, administração, parte da limpeza urbana - já que alguns setores são terceirizados -, parques, entre outros serviços, incluindo os agentes de saúde e de combate a endemias.

Já as escolas municipais são representadas pelo SindRede-BH, que também confirmou adesão à greve geral e informou que parte das instituições de ensino infantil, como as Emeis, e fundamental, já estão paralisadas desde essa quinta-feira (13). De acordo com a assessoria do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), há uma expectativa de que haja uma grande adesão à greve entre os profissionais da educação pública. 

As escolas particulares, no entanto, não devem parar, segundo informou o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG). Mas de acordo com o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), que representa os educadores da rede particular, haverá adesão por parte da categoria, mas a lista de escolas que podem ser afetadas não será divulgada para evitar que professores possam ser pressionados pelos patrões.  

Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte informou que não irá se pronunciar sobre as paralisações. 

E se depender dos bancários, as agências também não irão funcionar na sexta. O Sindicato dos Bancários de BH e Região confirmou adesão à greve.  

Transporte  

A adesão à greve por parte dos trabalhadores do transporte coletivo em BH ainda é incerta porque, conforme informou a assessoria do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região (STTR-BH), a decisão de paralisar o serviço será individual, ou seja, caberá aos motoristas dos ônibus decidirem se irão paralisar o serviço. 

A orientação do sindicato é para que os ônibus continuem circulando normalmente nesta sexta-feira (14), mas o próprio STTR-BH vai fechar as portas neste dia em adesão à greve. Na madrugada desta sexta, equipes do sindicato estarão nas garagens dos ônibus para dar apoio tanto aos motoristas que decidirem aderir à greve, como aos que decidirem não aderir, já que estes podem sofrer represálias. 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que o comunicado do STTR-BH sinaliza que apoia os atos contra a reforma da previdência, mas que não há convocação para a greve. 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou que as linhas que atendem o Sistema de Transporte Metropolitano vão operar normalmente nesta sexta-feira, 14 de junho. As empresas associadas ao Sintram não vão aderir à greve geral marcada para esta sexta-feira, e os ônibus vão circular dentro do quadro de horários normal de dia útil. O Sintram esclarece ainda que as empresas deixarão veículos de sobreaviso para suprirem a demanda do metrô, caso seja necessário.

Já o metrô de BH deve parar nesta sexta. O Sindicato dos Metroviários (Sindimetro) informou que irá aderir à greve e que nenhum trem irá circular neste dia, embora o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determine que o serviço funcione com escala completa nos horários de pico.

De acordo com o presidente do Sindmetro, Romeu José Machado Neto, a notificação judicial chegou até o sindicato na tarde desta quinta e não houve tempo hábil para mudar a paralisação dos mais de 1.700 profissionais da categoria. Desta forma, o metrô de BH estará fechado das 5h30 às 23h e os trens não irão circular nem nos horários de pico. O serviço será retomado somente às 5h30 de sábado (15). 

A CBTU informou que providenciou todos os trâmites indispensáveis para que a escala mínima fosse cumprida, em sua integralidade, e que a decisão do TRT impõe ainda multa de R$ 200 mil, a ser paga pelo Sindimetro, em caso de descumprimento da liminar.

Até mesmo os funcionários da BHTrans, empresa responsável pelo planejamento da mobilidade urbana na cidade, devem aderir à greve. Por meio de nota, a BHTrans informou que está negociando com os sindicatos que representam seus empregados. Sobre a paralisação dos serviços de transporte público da capital, a empresa ainda informou que está acompanhando a movimentação. 

Funcionalismo público 

De acordo com as entidades sindicais e a Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), o funcionalismo público do Estado deve aderir em massa à greve desta sexta-feira (14). Isso inclui os trabalhadores da Cemig, Copasa e Correios, conforme confirmaram os respectivos sindicatos: o Sindieletro-MG, o Sindágua-MG e Sintect-MG. 

Segundo o secretário geral da CUT-MG, Jairo Nogueira, a adesão à greve no Estado deve ser geral. "Diversas categorias já confirmaram a adesão, com o os metroviários, a saúde, a educação, os petroleiros, metalúrgicos, motoristas de ônibus, trabalhadores da UFMG, dos Correios, da Cemig, da Copasa, economistas, praticamente todos os funcionários públicos de BH e Contagem". 

E esta deve ser a primeira grande paralisação de outras que virão em Minas, conforme o representante da entidade. "Há uma grande insatisfação da população e nenhuma perspectiva de melhora, tanto em relação ao governo federal como à gestão estadual. Além da mobilização nacional, há a possibilidade de convocarmos em breve uma greve geral no Estado", disse. 

Os funcionários da MGS, empresa responsável pelos prestadores de serviços em equipamentos públicos, também devem aderir à greve, conforme sindicato da categoria. 

Procurada pela reportagem, a assessoria do Governo de Minas ainda não se pronunciou sobre a paralisação. 

Manifestação 

Junto à greve geral, está marcada também uma manifestação para esta sexta-feira (14) em BH, às 11h, a partir da praça Afonso Arinos e com destino à Praça da Estação. Trabalhadores, entidades sindicais e movimentos sociais irão marchar pelas ruas do Centro durante a tarde. A principal pauta da manifestação e da greve nacional é a não aprovação da Reforma da Previdência. 

"Quando a gente analisa o que o governo está propondo sob a justificativa de 'cortar privilégios', a gente percebe que os mais afetados serão os aposentados, as pessoas que estão para se aposentar e aqueles que estão entrando no mercado de trabalho. A nossa reivindicação é também pela questão da geração de empregos e pela educação", explica o secretário geral da CUT-MG, Jairo Nogueira.  

O presidente do Sindibel, Israel Arimar, acredita que, de modo geral, os trabalhadores são contra a reforma da previdência porque serão os mais prejudicados por ela. "Inclusive nos aspectos sociais mais gerais, como a questão da redução do auxílio desemprego. A gente entende que a reforma não é para acabar com os privilégios, mas o contrário. E pelo viés do servidor municipal, um dos argumentos da reforma é o déficit, e que o governo estaria gastando tudo o que arrecada com a previdência, mas por exemplo, em BH a realidade não é esta. A folha de pagamento dos aposentados corresponde a uma parcela muito pequena da arrecadação total", comenta.    

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