Eficazes na luta contra as pragas, joaninhas 'produzidas' são distribuídas pela PBH

Juliana Baeta
30/09/2019 às 16:19.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:00
 (Amira Hissa/ PBH )

(Amira Hissa/ PBH )

Praticamente uma unanimidade do mundo dos insetos, as joaninhas são queridas por todos e, para alguns, até símbolo de sorte. Mas, além da superstição, elas também representam uma alternativa ambientalmente correta e eficaz para controlar pragas e insetos. De olho nisso, a Prefeitura de Belo Horizonte, desde o ano passado, vêm "produzindo" joaninhas em uma biofábrica instalada no Parque das Mangabeiras para este fim.

Agora, os insetos já estão sendo distribuídos à população gratuitamente. Somente na Virada Cultural, por exemplo, que aconteceu em julho deste ano, foram entregues entre 2 mil e 3 mil joaninhas. Antes, porém, a doação das joaninhas era direcionada somente à hortas comunitárias e projetos de agricultura urbana, como uma espécie de teste. 

A novidade é que, a partir de agora, junto aos insetos também serão entregues kits de sementes que funcionam como uma espécie de suplemento alimentar para as joaninhas. O gerente de Ações para Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Dany Sílvio Amaral, explica: "São kits com sementes de plantas atrativas para elas, porque além de comer pulgões e outros insetos, elas também gostam de pólen e néctar. É como se fosse uma vitamina", conta. Amira Hissa/ PBH 

Como solicitar suas joaninhas

Quem deseja receber um "kit joaninhas" para controlar pragas como pulgões em jardins ou hortas caseiras, deve enviar um e-mail à biofabrica@pbh.gov.br. Após o envio, o interessado recebe um pequeno formulário para preencher com informações sobre o tamanho da horta ou jardim que tem em casa e qual a principal necessidade. Com base nisso, a prefeitura vai saber quantos insetos enviar para atender a cada caso especificamente.

O próximo passo é convocar o interessado, também por e-mail, a ir buscar os seus kits, ou no Parque das Mangabeiras, onde está instalada a "fábrica" de joaninhas, ou na Secretaria de Meio Ambiente, no Centro da capital. 

Antes, o tempo médio de espera para o recebimento das joaninhas era de cerca de 10 dias mas, com o aumento recente da demanda, a prefeitura estabelece um prazo de até um mês para o envio dos espécimes. Para se ter uma ideia, a média de solicitações semanais para receber as joaninhas era de 30 a 40 e-mails. Na última semana, foram recebidas 600 solicitações.   

Mas antes de solicitar as suas joaninhas, é importante conhecer um pouco da vida destes insetos e saber, por exemplo, que elas são entregues aos moradores de BH ainda em sua fase larval e por um motivo muito simples. Veja abaixo:

Três coisas que vocês precisa saber antes de pedir suas joaninhas

1.  Ao solicitar as joaninhas à prefeitura, você não recebe os insetos adultos e, sim, as larvas, porque são elas que têm o apetite mais voraz. Cada larva consome, em média, 50 pulgões por dia. "O inseto adulto se alimenta menos e também pode voar, portanto, entregar as joaninhas na fase larval foi a melhor opção para um controle de pragas mais eficaz, já que é nesta fase que ela se alimenta mais para se desenvolver. Cada pote que entregamos vai com 10 larvas", explica o gerente de Ações para Sustentabilidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Dany Amaral.

2. Não se apegue muito às suas joaninhas. Elas têm a vida curta. Segundo Amaral, na natureza, o inseto vive no máximo três meses. O ciclo do ovo até a chegada da fase adulta é de aproximadamente 20 dias. Ou seja, o que o morador de BH irá receber após fazer a solicitação são os bebês da joaninha.  

3. Do que se alimentam? Como vivem? Como se reproduzem? A chamada biofábrica de joaninhas, localizada no Parque das Mangabeiras, já conta com cerca de 400 joaninhas adultas, as chamadas "matrizes". Cada uma delas é capaz de gerar de 2.000 a 3.000 larvas por mês, que são disponibilizadas para a população. Cada joaninha pode botar até 200 ovos. 

Apesar da aparência simática, as joaninhas são insetos predadores e se alimentam, principalmente, de pulgões, moscas brancas e cochonilhas. Mas também se alimentam, de forma complementar, de pólen e néctar, e, com isso, acabam ajudando na polinização das plantas, assim como as abelhas. 

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