Em vídeo, Zema diz que ações do STF e do Congresso prejudicam governabilidade e democracia; assista

Anderson Rocha
@rocha.anderson_
24/08/2021 às 18:26.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:45
 (Reprodução/ redes sociais)

(Reprodução/ redes sociais)

Após ignorar cartas de governadores em repúdio à gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e em defesa aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), afirmou que algumas ações da Corte e do Congresso prejudicam a governabilidade e a democracia no Brasil, e deveriam ser acompanhadas mais de perto pelos chefes de Executivo estaduais.

As declarações foram dadas durante reunião do Fórum dos Governadores, nessa segunda-feira (23), e podem ser vistas em vídeo vazado nas redes sociais. "Vamos abranger a pauta, também. Parece que o Fórum de Governadores ficou muito focado no Executivo. Mas eu tenho muitas pautas aqui que me perturbam no Supremo e no Congresso também. Então eu vejo que essas ações, que esses outros poderes fazem, também acabam prejudicando muito a governabilidade e até mesmo a democracia do nosso país", disse.  

De acordo com o gestor estadual, além de apontar erros da administração federal, os colegas governadores devem direcionar atenção aos atos do Legislativo e Judiciário. Para justificar a afirmação, Zema citou - sem citar o nome - a soltura do ex-presidente Lula (PT) pelo STF, e a aprovação pelo Legislativo federal de R$ 7 bilhões para o Fundo Eleitoral, valor que foi vetado por Bolsonaro e deverá ficar em R$ 5,7 bi no ano que vem.

"Nós sabemos que há alguns meses atrás o Supremo liberou um bandido de altíssima periculosidade. O Fórum de Governadores se manifestou a respeito? Não vi. Deveríamos nos manifestar a respeito do Congresso. Eu julgo um absurdo num momento como esse o Congresso liberar uma verba de quase R$ 7 bilhões para Fundo Eleitoral, no momento em que a maioria da população passa fome. Não vi ninguém propondo isso.", questionou Zema. Reprodução/ redes sociais

Zema, durante reunião do Fórum de Governadores

Críticas a Bolsonaro

No mesmo vídeo, Romeu Zema afirma compreender as críticas que os governadores fazem aos ataques de Bolsonaro à democracia, mas diz que não concorda com o "formato" em que elas são feitas (por meio de cartas de repúdio ou de apoio). O gestor, no entanto, declarou que compartilhava "plenamente" dos ataques à democracia.

"Eu vejo que há, sim, uma grande insatisfação nossa, governadores, da população, com esses ataques à democracia. E eu compartilho plenamente desses ataques. Sei que não temos tido uma boa vontade por parte do poder público federal com relação às instituições", disse.

Segundo Zema, ao invés de cartas de repúdio, os governadores deveriam pensar outras estratégias, como uma reunião com os envolvidos, em que esses seriam questionados "frente à frente". "E principalmente estarmos levando propostas. Ficar mandando pedra, mais uma vez nós vamos cair nessa vala da polarização, de que estamos só seguindo caminhos opostos e cada vez mais distantes. E se o presidente tem defeitos, quero lembrar aqui, nós também deveríamos apontar defeitos do Supremo", opinou.

A reportagem procurou a assessoria do chefe do Executivo mineiro. Em nota, informou que as declarações do governador tiveram foco na crença ao "diálogo e em discussões propositivas e diretas, em vez de formulações de cartas para rebater qualquer um dos Poderes". E completou com a seguinte fala de Zema, que não está presente no vídeo:

“Temos muitos problemas para resolver em Minas e no Brasil. Os políticos precisam focar no que é mais importante, como o combate à pandemia, a aplicação de mais vacinas e a geração de empregos”, afirmou.

Leia a nota na íntegra:

Após amplo debate sobre a atual conjuntura brasileira, durante o IX Fórum Nacional de Governadores, realizado nesta segunda-feira (23/8) de forma remota, os governadores decidiram ampliar o diálogo com a União e o Supremo Tribunal Federal (STF) pela defesa da democracia e na melhora do ambiente institucional.

Os governadores também optaram pela maior discussão das pautas de impacto econômico-financeiro nos Estados junto ao Congresso Nacional e o Poder Judiciário.

O governador Romeu Zema participou da reunião e em sua fala aos demais participantes enfatizou acreditar no diálogo e em discussões propositivas e diretas, em vez de formulações de cartas para rebater qualquer um dos Poderes. 

“Temos muitos problemas para resolver em Minas e no Brasil. Os políticos precisam focar no que é mais importante, como o combate à pandemia, a aplicação de mais vacinas e a geração de empregos”, afirmou.

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