Esteticista suspeita de usar silicone industrial em clientes tem pedido de liberdade negado

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
26/12/2019 às 11:41.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:05
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Uma esteticista de 41 anos, suspeita de aplicar ilegalmente silicone industrial nos glúteos de clientes, teve o pedido de soltura negado pela Justiça mineira nessa quarta-feira (25). Já a empresária, de 34 anos, com quem a esteticista atuava, foi solta na terça-feira (24) após a concessão de um Habeas Corpus.

As mulheres haviam sido detidas no dia 6 de dezembro em flagrante dentro de um salão de beleza, em Contagem, na Grande BH. Elas estavam no Presídio de Vespasiano, na mesma região.

No pedido de soltura de terça-feira, o advogado de defesa da empresária, Mario Freitas Chaves, alegou, dentre outras argumentos, que a prisão era desnecessária. O pedido foi atendido pelo desembargador Sálvio Chaves, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Ao analisar o caso, o desembargador reconheceu o perigo da aplicação clandestina da substância, mas argumentou que "não se demonstrou que, em liberdade, a paciente colocará em risco a ordem pública, prejudicará a instrução criminal ou a eventual aplicação da lei".

No entanto, o mesmo pedido para a esteticista foi negado e ela segue na cadeia de Vespasiano. A reportagem tentou contato com o advogado da suspeita, mas não obteve retorno.

Filhas do Bumbum

A empresária estava presa desde o dia 6. Ela e uma esteticista, de 41 anos, foram detidas em flagrante dentro de um salão de beleza, em Contagem, na Grande BH.

Segundo a Polícia Civil, a divulgação do procedimento clandestino era feita em um grupo do WhatsApp chamado “Filhas do bumbum” pela empresária, enquanto a parceira colocava em prática as aplicações. A esteticista mora no Rio de Janeiro e vinha a Contagem uma vez por mês para realizar os atendimentos. Cada aplicação saía por R$ 4 mil e a empresária ficava com 10% do valor.

“O produto vinha em embalagens com rótulos de uma substância conhecida como hidrogel, que tem o registro suspenso desde 2014 pela Anvisa. No entanto, em exames no Instituto de Criminalística, foi comprovado que se tratava de silicone industrial”, disse o Delegado Rodrigo Bustamante, Chefe do 2º Departamento de Polícia Civil Regional em Contagem, na época da prisão. 

No salão de beleza foram apreendidos material cirúrgicos, seringas, ampolas, anestésicos e diversos antibióticos. Material é usado para limpeza de carros e peças de avião

Perigo

De acordo com o Ministério da Saúde, o silicone industrial não deve nunca ser utilizado no corpo humano e tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outras utilidades. O desvio de sua correta utilização, servindo como material para cirurgia plástica, é considerado crime e pode causar sérios riscos à saúde.

Para aplicações estéticas, o silicone original precisa ser aprovado pela Anvisa e deve ser manipulado por pessoas especializadas, habilitadas, e em hospitais com a estrutura necessária para atender o paciente da forma mais segura possível.

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