Feirantes da Afonso Pena pedem auxílio emergencial à Prefeitura de BH

Anderson Rocha
@rochaandis
19/04/2020 às 18:39.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:19
Feira Hippie, tradicionalmente realizada aos domingos na avenida Afonso Pena em Belo Horizonte  (Wesley Rodrigues)

Feira Hippie, tradicionalmente realizada aos domingos na avenida Afonso Pena em Belo Horizonte (Wesley Rodrigues)

Os expositores, montadores de barracas e carregadores de mercadorias da Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte, que ocorre normalmente aos domingos na avenida Afonso Pena, no Centro, criaram uma petição online para solicitar auxílio emergencial e temporário à prefeitura de BH durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-Cov-2). Neste domingo (19), completou-se um mês e uma semana que a feira hippie, como é chamada, está fechada. Qualquer cidadão pode assinar o texto, disponível aqui.

O vendedor de calçados William dos Santos Pinto, de 59 anos, está à frente da petição, que já alcançou 770 assinaturas. Feirante no local há 43 anos, William relata que, assim como ele, a maior parte dos trabalhadores da principal feira de BH sobrevive exclusivamente com a renda obtida no local. Segundo ele, o fechamento da feira é atitude responsável do poder público, mas é necessária maior sensibilidade com a situação das famílias que dependem do espaço.Reprodução/ Avaaz

Petição pode ser assinada por qualquer cidadão que concorde com a causa

"Entendemos a situação, até porque a maioria de nós, feirantes, estamos no grupo de risco, somos de mais idade. Mas estamos no aperto. Tentamos vender, ligamos para clientes, para amigos, tem o Instagram criado pela filha de um montador de barracas [para a venda online], mas, por outro lado, está o cliente, que também está em dificuldades. Ou seja, é uma situação difícil", afirmou William.

Por essa razão, o grupo de feirantes, montadores e carregadores da Afonso Pena, formado por cerca de 1780 pessoas, pede para ser incluído na categoria que tem acesso à cesta básica disponibilizada pelo município. "O que a gente quer é temporário. É só enquanto a gente não tem condição de trabalhar. Tem muita gente passando aperto", disse. Segundo ele, um dos grupos mais necessitados é o de expositores da praça de alimentação,  que não tem conseguido disponibilizar os itens no perfil no Instagram.

Petição aberta

Ainda de acordo com o feirante, qualquer cidadão que quiser pode ajudar a crescer a lista de assinaturas da petição, dando mais fôlego à mensagem que será enviada à Prefeitura de Belo Horizonte. "Espero que chegue no prefeito e que ele tenha sensibilidade de entender esse momento", declarou. 

Além das cestas básicas, a petição propõe a inclusão dos trabalhadores de feiras em programas sociais de ajuda financeira e a suspensão das cobranças dos débitos referentes às negociações de taxas enquanto perdurar a situação de calamidade.

Decreto

O funcionamento da feira da Afonso Pena, bem como de todas as outras existentes na cidade, está suspenso por tempo indeterminado desde a publicação do Decreto 17.304, no dia 19 de março. Na ocasião, além das feiras, entraram na lista de locais impedidos de funcionar os bares, restaurantes, clínicas de estética, academias, clubes, shoppings, cinemas, entre outros.

Na ocasião da publicação do documento, a prefeitura informou que a suspensão extraordinária permanecerá válida até novo comunicado oficial, que será feito conforme monitoramento do quadro epidemiológico da cidade.

"Ressaltamos que essa é uma importante medida de saúde pública, necessária para a prevenção e o controle do contágio, que integra um conjunto de esforços da cidade de Belo Horizonte para contenção da epidemia, prezando pela segurança e saúde de todos os trabalhadores e visitantes da Feira".

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Belo Horizonte para entender a possibilidade de que os feirantes sejam atendidos nas solicitações da petição e aguarda um posicionamento.

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