'Filhas do bumbum': Justiça manda soltar empresária suspeita de aplicar hidrogel em clientes

Da Redação
24/12/2019 às 13:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:08
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Uma empresária de 34 anos, suspeita de aplicar ilegalmente silicone industrial nos glúteos de clientes, deve deixar o Presídio de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ainda nesta terça-feira (24).

A decisão é do desembargador Sálvio Chaves, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O pedido de Habeas Corpus foi feito pelo advogado Mario Freitas Chaves que, dentre outras argumentações, alegou que a prisão era desnecessária.

Ao analisar o caso, o desembargador reconheceu o perigo da aplicação clandestina da substância, mas argumentou que "não se demonstrou que, em liberdade, a paciente colocará em risco a ordem pública, prejudicará a instrução criminal ou a eventual aplicação da lei".

Filhas do Bumbum

A empresária estava presa desde o dia 6. Ela e uma esteticista, de 41 anos, foram detidas em flagrante dentro de um salão de beleza, em Contagem, na Grande BH.

Segundo a Polícia Civil, a divulgação do procedimento clandestino era feita em um grupo do WhatsApp chamado “Filhas do bumbum” pela empresária, enquanto a parceira colocava em prática as aplicações. A esteticista mora no Rio de Janeiro e vinha a Contagem uma vez por mês para realizar os atendimentos. Cada aplicação saía por R$ 4 mil e a empresária ficava com 10% do valor.Polícia Civil/DivulgaçãoImagem do material encontrado no salão de beleza 

“O produto vinha em embalagens com rótulos de uma substância conhecida como hidrogel, que tem o registro suspenso desde 2014 pela Anvisa. No entanto, em exames no Instituto de Criminalística, foi comprovado que se tratava de silicone industrial”, disse o Delegado Rodrigo Bustamante, Chefe do 2º Departamento de Polícia Civil Regional em Contagem, na época da prisão. 

No salão de beleza foram apreendidos material cirúrgicos, seringas, ampolas, anestésicos e diversos antibióticos. Material é usado para limpeza de carros e peças de avião

Perigo

De acordo com o Ministério da Saúde, o silicone industrial não deve nunca ser utilizado no corpo humano e tem como finalidade a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outras utilidades. O desvio de sua correta utilização, servindo como material para cirurgia plástica, é considerado crime e pode causar sérios riscos à saúde.

Para aplicações estéticas, o silicone original precisa ser aprovado pela Anvisa e deve ser manipulado por pessoas especializadas, habilitadas, e em hospitais com a estrutura necessária para atender o paciente da forma mais segura possível.

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