
A greve dos motoristas de ônibus de Belo Horizonte foi suspensa até sexta-feira (26). A decisão foi tomada nesta terça-feira (23) durante audiência no Terceiro Tribunal Regional do Trabalho (TRT-3).
A proposta foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTRBH) e atendida pelo Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte (Setra-BH)
Em negociação, o STTRBH solicitou que uma proposta seja entregue pelo Setra-BH até sexta-feira contendo informações sobre reajuste salarial e manutenção de cláusulas econômicas, como o vale-alimentação.
Retorno dos coletivos
O retorno dos ônibus às ruas depende agora dos motoristas, paralisados desde a madrugada da segunda-feira (22). O STTRBH afirmou que emitirá comunicados para expor a negociação aos trabalhadores e pediu ao SetraBH que auxilie no processo de informar às garagens sobre a suspensão do movimento grevista.
Negociação
A audiência aconteceu após impasse na sessão anterior, ocorrida na segunda-feira (23). Nesta terça (23), além dos sindicatos envolvidos e do Ministério Público do Trabalho, o município participou da reunião representado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), pelo Procurador Geral, Castellar Modesto Guimarães Filho e pelo presidente da BHTrans, Diogo Prosdocimi.
Kalil afirmou que a prefeitura não faz parte do processo, que diz respeito à negociação entre empresas e trabalhadores. Sobre a possibilidade de reajuste tarifário, ponto reclamado pelo SetraBH, afirmou que o tema ainda pode ser debatido até a a data contratual, em 26 de dezembro.
Durante as negociações, representantes do Setra sugeriram ao desembargador Fernando Luiz Gonçalves Rios Neto que alterasse a liminar de justiça que determinava circulação mínima de 60% da frota para uma decisão que exigisse 100% dos ônibus nas ruas em horário de pico.
A sugestão do sindicato patronal usou a incapacidade do STTRBH de gerir os trabalhadores durante a greve como justificativa. Em resposta, o presidente do sindicato dos trabalhadores,Paulo César da Silva, afirmou que a ausência de propostas das empresas impede o controle do movimento. “Eu não tenho poder pra isso, eu sou representante, eu não sou a categoria toda. Estou com 8 mil trabalhadores mobilizados. Eu estou sem rumo, sinceramente”, disse.
As negociações avançaram com entraves e discussão entre as partes. Representantes do STTRBH consideraram a proposta de reajuste zero apresentada pelo SetraBH em reuniões anteriores uma “indecência”.
As partes divergiram em relação à data para a apresentação de uma proposta de reajuste por parte do sindicato patronal, que condicionou as possibilidades de acordo à suspensão da greve.
O STTRBH agora espera proposta do sindicato das empresas até a sexta-feira (26), quando definirá pelo retorno ou suspensão definitiva da greve.