Homem que jogou balde de gelo na torcida atleticana durante clássico é identificado

Cinthya Oliveira
29/11/2019 às 12:59.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:52
 (Reprodução/Twitter)

(Reprodução/Twitter)

A Polícia Civil (PC) identificou os dois homens envolvidos no caso do arremesso de um objeto em direção à torcida do Atlético durante o clássico, no último dia 10, potencializando a tensão entre as torcidas ao final do jogo. São dois funcionários da empresa de segurança veicular responsável pelo camarote do Mineirão de onde partiu o objeto, segundo a PC. Os dois foram demitidos após a confusão.

A delegada Fabíola Oliveira explicou à imprensa, na manhã desta sexta-feira (29), que os dois são investigados por provocação de tumulto, conforme o Estatuto do Torcedor, por situações diferentes - um deles por instigar a torcida contrária com uma garrafa e o outro por jogar um balde de gelo contra os atleticanos.

A investigação verificou que um homem de 43 anos, que trabalhava como auxiliar de pátio na empresa que respondia pelo camarote, pegou uma garrafa de vodca que havia sido comprada por outros três colegas e exibiu para os torcedores do Galo. “Para instigar a torcida, ele mostra aquela garrafa como se fosse um troféu, deixando torcedores atleticanos revoltados, que depois tentaram invadir o camarote”, explicou a delegada. O suspeito sequer havia feito uso da vodca, mas após sua atitude, houve um grande tumulto.

O outro identificado é um jovem de 23 anos, que trabalhava como auxiliar de cobrança na empresa. Ele seria o responsável por jogar um balde de gelo em direção aos atleticanos. De acordo com a delegada Fabíola, ficou claro, após apurações junto a testemunhas, que o objeto jogado na torcida não era a garrafa de vodca que o homem de 43 anos havia exibido momentos antes, mas, sim, um balde de gelo. Tanto o suspeito como outras pessoas que viram a ação - inclusive um atleticano que teria sido acertado pelo objeto - garantiram que o arremesso foi de um balde, não localizado durante a investigação. 

“Não dá para associar todo o problema a uma única conduta, mas certamente essas atitudes contribuíram para o tumulto que aconteceu no fim do jogo”, afirmou a delegada. Ao fim do inquérito, os dois devem assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que é um registro de um fato tipificado como infração de menor potencial ofensivo, junto ao Juizado Especial Criminal.

A empresa que era responsável pelo camarote teve o contrato referente ao uso do espaço cancelado pela Minas Arena. Por meio de nota, a empresa de segurança veicular informou que “repudia todo e qualquer ato de violência e esclarece que: alguns convidados do camarote que a associação mantinha no estádio, em lamentáveis condutas individuais, praticaram atos totalmente incompatíveis com os códigos de conduta e ética” da companhia.

Cadeiras arrancadas

Questionada sobre as investigações de torcedores que arrancaram cadeiras do Mineirão durante o tumulto, a delegada informou que foi aberto um procedimento para identificar as pessoas envolvidas nesses casos de vandalismo. Segundo elas, as imagens de câmeras de segurança foram solicitadas à Minas Arena para que possa haver identificação dos autores. No dia do clássico, 53 torcedores foram presos pela Polícia Militar.

A delegacia também encerrou o inquérito sobre um caso de injúria racial de dois torcedores contra um segurança do estádio e irá indiciar os dois suspeitos.

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