Internado com Covid-19, vereador Jair di Gregório relata tratamento com cloroquina

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
30/03/2020 às 17:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:08
 (Reprodução Facebook)

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O vereador de Belo Horizonte Jair di Gregório enviou uma nota à imprensa nesta segunda-feira (30) informando que teve uma melhora na recuperação do novo coronavírus e está sendo medicado com cloroquina há sete dias. Internado no hospital Madre Teresa, ele acredita que esse fármaco, associado a antibióticos, está contribuindo para a sua melhora.

“Desde a minha internação, no domingo (22), quando cheguei com uma crise forte no pulmão e queimando de febre, tenho recebido cloroquina. Tenho diabetes e meu pulmão está muito fraco, com muitas manchas de pneumonia”, contou o vereador, um dos seis parlamentares da Câmara Municipal de Belo Horizonte que contraíram a Covid-19. Segundo ele, inicialmente o medicamento seria usado por cinco dias, mas depois a equipe médica decidiu estender por mais cinco. 

O uso da cloroquina em pacientes internado foi anunciado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. 

Em nota, o Hospital Madre Teresa informou que o vereador permanece internado isolado em apartamento com diagnóstico de Covid-19. Ele está estável e com os sintomas monitorados. Questionado, o hospital não se manifestou sobre o uso da cloquina no tratamento, conforme relatado pelo vereador.

Testes em vários países

Medicamento usado no tratamento de malária, artrite e doenças autoimunes, a cloroquina vem sendo testada como medicamento no tratamento de pacientes com Covid-19 em diversos países, como China, Estados Unidos e França. Testes em laboratório indicaram bons resultados, mas sua eficácia ainda não foi comprovada.

A informação de que a cloroquina poderia ser uma aliada no tratamento da Covid-19 fez com que houvesse um aumento na procura pelo remédio nas farmácias e um desabastecimento para quem faz uso regular do fármaco – como quem tem lúpus, por exemplo.

O próprio vereador Jair di Gregório reforça que o medicamento provoca efeitos colaterais e não pode ser administrado sem prescrição médica. “No hospital, eles fazem eletrocardiograma e colhem amostras de sangue para verificar como estão meus rins e meu fígado. Por isso esse remédio não pode ser usado em casa. Deve ser ministrado no hospital, onde os médicos podem acompanhar os efeitos colaterais”, diz o vereador, que é tratado ao lado da esposa, que também teve teste positivo para Covid-19, mas teve sintomas mais leves, como dor de cabeça e alteração no olfato. 

O Ministério da Saúde informou que começou a distribuir cloroquina para os Estados na última sexta-feira (27), mesmo que não haja evidências científicas sobre a eficiência do medicamento no tratamento do novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de tratamento e é indicado apenas para pacientes hospitalizados.

“Esse medicamento já provou que tem ação na evolução do ciclo do vírus, mas os estudos em humanos estão em curso. Essa é uma alternativa terapêutica que estamos dando aos profissionais de saúde para tratarmos esses pacientes graves que estão internados”, disse Mandetta.

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