Justiça decreta prisão e transferência de policiais envolvidos em tiroteio em Juiz de Fora

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
22/10/2018 às 12:58.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:21
Tema está sendo julgado no plenário virtual até o fim desta sexta (Frederico Haikal)

Tema está sendo julgado no plenário virtual até o fim desta sexta (Frederico Haikal)

A Justiça mineira decretou a prisão preventiva dos quatro policiais civis de São Paulo que trocaram tiros e mataram um policial civil mineiro em Juiz de Fora, na Zona da Mata, na última sexta-feira (19). Além dos dois delegados e dos dois investigadores, a Justiça também converteu de flagrante para preventiva a prisão de dois homens que estão internados desde que houve o tiroteio. 

Neste fim de semana, os suspeitos foram transferidos para Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Administração Prisional de Minas Gerais (Seap) confirmou que os quatro policiais estão em uma ala especial da Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana da capital. Com os agentes presos foram encontrados R$ 15 milhões, sendo que R$ 14 milhões eram em notas falsas. Os suspeitos internados estão sob escolta.

As decisões ocorreram após audiência de custódia realizada no domingo (21), no Fórum Benjamin Colucci, em Juiz de Fora. No despacho, o juiz Paulo Tristão Machado Júnior também determinou que um empresário paulista envolvido no caso está proibido de deixar o Brasil.

Golpe

Conforme as investigações, o empresário paulista seguiu de helicóptero para Juiz de Fora, onde trocaria dólares por reais com um empresário mineiro. Para fazer a transação, os dois empresários contrataram seguranças "vips". O paulista estava escoltado por nove seguranças, sendo oito policiais de SP. Já o mineiro estava recebendo a proteção de policiais civis de Minas.

Durante a transação, porém, um dos empresários constatou que os reais eram falsos, momento em que teve início o tiroteio. O empresário paulista deixou a cena do crime em uma aeronave particular. Ele fugiu para São Paulo. Com os envolvidos na ocorrência foram apreendidos rádios comunicadores e coletes, armas de grosso calibre - 380, 40 e 45 -, carregadores e munições.

O crime ocorreu por volta das 16h30 de sexta-feira (19) no estacionamento do Hospital Monte Sinai. Parte da ação foi registrada por câmeras de segurança e as imagens serão analisadas pela Policia Civil de Minas Gerais, que abriu inquérito para apurar o caso. A corporação informou que aguarda o laudo da perícia do local e da necropsia do policial morto.

Processo

De acordo com a Polícia Civil de Minas, quatro agentes de São Paulo foram autuados em flagrante por lavagem de dinheiro. Outros quatro foram liberados. Também foi autuado em flagrante o proprietário do dinheiro falso por tentativa de estelionato. Um segurança paulista, que está internado, foi autuado por homicídio.

Três policiais civis mineiros foram autuados por prevaricação. Eles foram ouvidos e liberados após assinarem termo de compromisso para comparecerem sempre que solicitados pela Justiça.

As investigações continuam e a Polícia Civil mineira ainda aguarda o laudo da perícia do local e da necropsia do policial morto.

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