Justiça eleva bloqueio da Backer para R$ 50 milhões

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
19/03/2020 às 16:52.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:01
Depois das audiências de testemunhas de defesa, com encerramento previsto para 3 de abril, será marcado o interrogatório dos réus (Reprodução/Google)

Depois das audiências de testemunhas de defesa, com encerramento previsto para 3 de abril, será marcado o interrogatório dos réus (Reprodução/Google)

A cervejaria Backer confirmou, na tarde desta quinta-feira (19), que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) aumentou para R$ 50 milhões o bloqueio de bens da empresa. O valor deverá ser usado para pagar tratamentos médicos de vítimas de intoxicação por dietilenoglicol, substância química encontrada na cerveja da marca. A decisão foi assinada pelo desembargador Evandro Lopes Teixeira na noite dessa quarta-feira (18).

Em nota, a empresa afirmou que ainda não foi notificada judicialmente de qualquer decisão que alterasse o valor da indisponibilidade de seus bens. "Tão logo seja regularmente intimada, tomará as providências cabíveis para viabilizar a manutenção do suporte aos consumidores", declarou.

Essa não é a primeira vez que a empresa tem as contas bloqueadas. No início do mês, a Justiça diminuiu o valor do bloqueio de R$ 100 milhões para R$ 5 milhões para que a empresa pudesse pagar pelos tratamentos e auxílios às vítimas. Na ocasião, a Backer afirmou que "imediatamente após o desbloqueio" iniciou as tratativas com os advogados dos clientes para efetivar o atendimento às suas necessidades.

Segundo a marca, há um compromisso com os advogados das famílias para que não sejam divulgadas informações sobre os acordos. "A Backer se comprometeu com os advogados das famílias em não dar publicidade aos acordos firmados para preservar a privacidade de seus clientes. Por isso, a empresa não vai comentar nenhum acordo firmado ou ainda em andamento". 

O caso

Ao todo, sete pessoas morreram devido à intoxicação por dietilenoglicol no Estado. A última vítima foi o caminhoneiro Ronaldo Santos, que havia ficado internado por 50 dias em um hospital na região do Barreiro.

Na semana passada, mais quatro casos de vítimas com sintomas de intoxicação pela substância passaram a ser investigados em Minas, somando 42 pessoas. Segundo a Polícia Civil, que tem inquérito aberto sobre o caso, dessas quatro pessoas incluídas recentemente, duas já morreram. Também na última semana, dois credores entraram com pedido de falência da empresa na Justiça.

O inquérito, que completou dois meses de investigações, ainda não tem prazo para conclusão. Até o momento, cerca de 60 pessoas já foram ouvidas na 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro. A fábrica da marca, localizada no bairro Olhos D'Água, na região Oeste de Belo Horizonte, está fechada desde que iniciaram as investigações. Cerca de 150 funcionários já foram demitidos.

 Marca recebe apoio

Na semana passada, a empresa postou um vídeo em que agradece o apoio recebido por parte dos clientes. Veja:

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