Kalil avalia ampliar horário do comércio e diz que não acredita em volta às aulas antes de vacina

Anderson Rocha
@rochaandis
11/08/2020 às 16:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:15
 (Renata Evangelista/ Hoje em Dia)

(Renata Evangelista/ Hoje em Dia)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), afirmou, nesta terça-feira (11), que aguarda os dados epidemiológicos dos próximos 7 a 14 dias para definir a ampliação dos horários de funcionamento do comércio na capital. O gestor também falou sobre o retorno às aulas e sobre o programa Minas Consciente, do governo de Minas.

Desde que foi anunciada, na semana passada, a reabertura dos estabelecimentos da fase 1 de flexibilização em BH, a expectativa é que ocorra a ampliação gradativa do funcionamento, caso os números apontem para esse caminho. As declarações do prefeito foram feitas em entrevista à rádio CBN.

Atualmente, lojas, shoppings, galerias e salões de beleza da capital podem funcionar durante três dias e devem ficar fechados por outros quatro dias.

Segundo Kalil, a prefeitura tem recebido relatórios "a cada quatro, cinco horas", que têm mostrado um resultado "razoável" sobre a possibilidade de ampliação dos horários de funcionamento dos comércios.

Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a possível ampliação é estudada com base nos mesmos indicadoress que permitiram a liberação da reabertura das atividades contempladas na fase 1 de flexibilização, sendo eles o RT (índice de transmissão) e taxa de ocupação de leitos.

Retorno das aulas

Na mesma entrevista, Kalil declarou que a retomada das aulas nas redes de ensino particular e pública da capital dificilmente ocorrerá antes do advento da vacina contra a Covid-19.

Para o mandatário municipal, a volta só deverá ocorrer com as duas redes juntas, caso contrário haveria uma intensificação das desigualdades sociais.

"O pobre é um cara que não teve oportunidade. Na hora que você abrir a escola particular, você vai abrir um abismo gigantesco entre a pobreza e a riqueza e esse abismo, na minha cidade, eu não vou abrir", disse.

Em relação ao retorno presencial das aulas nas escolas, Kalil não citou datas, mas afirmou que acha "difícil aula [voltar] sem vacina em BH". O prefeito ainda criticou o ensino remoto, que é adotado por alguns colégios particulares de BH.

"Aula remota é uma agressão à pobreza, é uma humilação a quem é mais pobre", disse. 

Minas Consciente

Kalil ainda comentou o imbróglio referente ao Minas Consciente, programa estadual de retomada das atividades econômicas. Uma decisão judicial obriga os municípios mineiros a aderirem ao plano ou a fecharem todos os serviços não essenciais. Se aderir ao programa, a abertura de comércios passa a ser orientada pelo Minas Consciente.

"O Estado entrou com R$ 86 mil (em BH) numa pandemia que a prefeitura gasta entre R$ 50 milhões, R$ 60 milhões a R$ 70 milhões por mês. Então, agora que nós estamos controladamente abrindo e dando um pouco de sobrevida a esse povo tão sofrido que fechou o comércio desde o começo, então, nós vamos responder respeitosamente ao Ministério Público, sim, mas se a Justiça determinar [a adesão ao Minas Consciente], o prefeito vai simplesmente cumprir", disse.

A reportagem entrou em contato com o governo de Minas sobre as declarações de que o Estado destinou apenas R$ 86 mil à capital e aguarda um retorno.

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