Kalil negocia com a rede privada a abertura de leitos para pacientes com Covid-19

Luciano Dias
@jornlucianodias
30/06/2020 às 17:27.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:54
 (Silas Camargo/ Pixabay)

(Silas Camargo/ Pixabay)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, negocia com hospitais particulares a abertura de leitos para receber pacientes com o novo coronavírus após o esgotamento de vagas pelo SUS. A informação foi divulgada pelo próprio gestor em entrevista à Rádio Itatiaia nesta terça-feira (30). A medida da administração municipal tem como objetivo evitar um colapso do sistema de saúde pública da capital mineira.

Kalil também informou que serão abertos em julho 209 leitos de UTI e 263 de enfermaria para pacientes com Covid-19. Atualmente, segundo o próprio prefeito, BH conta com 315 leitos de UTI e 798 de enfermaria para receber pacientes com a doença. “Há um esforço tremendo da prefeitura para que a cidade receba esse bombardeio da melhor forma possível. Aqui existe uma metodologia que será seguida”, informou o prefeito.

Sobre as negociações para contratação de leitos na rede privada, Kalil afirmou que não há dificuldade. "Não tem demora para alugar um hospital pronto. O mais importante é que nós temos o dinheiro"", garantiu.

Mesmo com abertura de novos espaços, a taxa de ocupação de leitos em Belo Horizonte está em 87%.  Kalil lembrou que um grave problema no enfrentamento à Covid-19: é a falta de recursos humanos. Na última quinta-feira (25), a Secretaria do Estado de Saúde (SES)  havia destacado a mesma dificuldade

“Por que não contrata médico? Porque não tem. Um leito de UTI ocupa sete profissionais da saúde. Se abre (leitos) devagar é porque o anestésico está faltando, é porque o fator humano não tem. Estamos abrindo leito na medida que estamos conseguindo mão de obra e medicamentos”, explicou o prefeito.

Hospital de Campanha

Alexandre Kalil também foi questionado sobre o motivo de a Prefeitura de Belo Horizonte não ter construído um Hospital de Campanha para atender pacientes com o novo coronavírus. 

“Fui abençoado por não ter feito este Hospital de Campanha. Nós preparamos os leitos com gente (profissionais da saúde) dentro. Olha a utilidade que teriam os hospitais de campanha em BH. Foi um golpe de sorte porque nós não teríamos como colocar material humano. Respirador não salva vidas. Quem salva gente é gente”, ressaltou. 

O Hospital de Campanha do Expominas, na região Oeste da cidade, implantando pelo governo estadual, está pronto desde abril. O centro médico de retaguarda está apto a receber 768 pacientes com casos menos graves da Covid-19, mas segue sem previsão de funcionamento.

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