(Reprodução/Pixabay)
Pelo menos três importantes laboratórios verificaram um aumento considerável de casos positivos da Covid-19 entre os testes realizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte, considerando a primeira quinzena de novembro.
No Laboratório Lustosa, a taxa de positividade entre os resultados dobrou, em relação à última quinzena de outubro. No mês passado, a taxa de positividade foi de 6,8% nos exames de RT-PCR (que identifica a infecção ativa no organismo), enquanto na primeira quinzena de novembro essa taxa subiu para 13%.
Já o Laboratório São Paulo registrou, nos primeiros 15 dias de novembro, um aumento de 100% no índice de positividade do teste PCR para a Covid-19, se comparado à primeira quinzena de outubro. A taxa de positividade chegou a 8%, contra 4% do mesmo período do mês passado.
O São Paulo informou que também houve um incremento sobre a procura por testes PCR na Grande BH: a média era de 30 exames por dia em outubro e subiu para 60 em novembro.
O Hermes Pardini, maior laboratório do país, viu a demanda por exames aumentar no Núcleo Técnico Operacional do Grupo, situado na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A empresa ainda não divulgou os dados de novembro na região, mas adiantou que houve um crescimento de 29% na demanda por exames em todo o país nessa primeira quinzena do mês, em relação ao mesmo período de outubro.
O laboratório também afirmou que, nos estados atendidos, Minas é o segundo com as maiores taxas de positividade – o primeiro é São Paulo.
Os dados levados em conta pelos laboratórios são RT-PCR (que verifica a presença do vírus nas vias aéreas do paciente), único exame capaz de detectar se a pessoa está infectada naquele momento. Os exames feitos com amostras de sangue verificam apenas se a pessoa adquiriu imunidade contra o novo coronavírus, mas não são capazes de revelar quando se deu a infecção.
Banalização nos cuidados
Para o infectologista Carlos Starling, membro do Comitê de Enfrentamento à Epidemia de Covid em Belo Horizonte, os dados apresentados pelos laboratórios estão em consonância com a elevação da taxa de transmissão do novo coronavírus (Rt), observada nos últimos dez dias.
“Isso se deve a um grande relaxamento nos cuidados básicos. Há o que chamamos de exaustão epidêmica e as pessoas passam a banalizar os cuidados. E isso é perigosíssimo. Isso vai nos custar mais sofrimento”, afirmou o médico.
Segundo ele, o crescimento de casos tem sido observado em todo o país e os brasileiros não podem perder o foco sobre os cuidados básicos: manter distanciamento social, ficar em casa sempre que possível, evitar cumprimentos com abraços e beijos e usar máscara constantemente.