Mais de 2 mil mineiros com sintomas da Covid aguardam na fila por um leito de internação

Luiz Augusto Barros*
@luizaugbarros
29/03/2021 às 18:59.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:32
 (Breno Esaki / SES)

(Breno Esaki / SES)

Diante do colapso nos hospitais, 2.084 mineiros com suspeita ou confirmação da Covid-19 aguardam por vagas nas terapias intensivas e enfermarias. Desses, quase 40% precisam de uma UTI. Na tentativa de desafogar o sistema, PBH, Estado e o Ministério da Saúde tem feito a abertura de novos leitos.

Ao todo, são 820 pacientes graves e 1.264 na espera por unidades nas enfermarias. Muitos acabam ficando nas UPAs. Os números, informados nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram extraídos às 6h. A própria pasta afirma que os dados são dinâmicos e podem sofrer alterações. Mas, até o início da noite não houve novo balanço.

Atualmente, oito das 14 macrorregiões de saúde de Minas estão com a ocupação dos leitos de UTI superior a 90%. Na regional Leste do Sul e no Vale do Aço não há mais vagas para tratar os doentes. No Norte, as UTIs estão quase cheias, com 99,4% de utilização, enquanto no Noroeste e Centro Sul a situação é similar, com 98,5% e 98,1%, respectivamente.

Conforme o Ministério da Saúde, quatro municípios receberão uma verba total de R$ 1,7 milhão para abertura de 36 terapias intensivas. Serão dez vagas na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas, e a mesma quantidade no Hospital Deraldo Guimarães, em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, e na Santa Casa de Misericórdia de Araguari, no Triângulo. Em Santa Luzia, na Grande BH, seis UTIs serão montadas no Hospital São João de Deus. 

Na última semana, o governo de Minas recebeu 100 novos ventiladores mecânicos para a ampliação das internações em nove cidades. A capital mineira foi contemplada com 20 equipamentos, mesma quantidade cedida a Betim, na região metropolitana.

De acordo com o infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de BH, para que o número de casos desacelere é necessário que a vacinação também seja ampliada, além de um lockdown nacional por três semanas. 

“Se não agirmos rápido, essa tragédia pode se prolongar por mais tempo. Pode ficar nesse caos, nesse colapso sanitário dos hospitais do Brasil afora por mais dois ou três meses. A situação é realmente muito grave”, afirmou o médico.

Conforme a SES, desde o início da pandemia, há um ano, a gestão estadual adquiriu 1.047 respiradores. No mesmo período, o número de leitos na rede pública dobrou, saindo de 2.072 vagas de UTI para 4.364. Ja as enfermarias, passaram de 11.622 unidades para 20.840.

*Com Maria Amélia Ávila

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