Mais de 200 pacientes aguardam por um leito de Covid-19 em BH, diz Zema; prefeitura não confirma

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
18/03/2021 às 11:05.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:26
 (Vídeo/Reprodução)

(Vídeo/Reprodução)

Mais de 200 pacientes com Covid-19 estão na fila de espera por um leito para internação em hospitais de Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo governador Romeu Zema (Novo), na manhã desta quinta-feira (18). Em nota, a prefeitura da capital não confirmou o número.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o mandatário voltou a afirmar que o Estado enfrenta um período crítico e pediu união para salvar vidas.

“Quero lembrar que o sistema de saúde do Estado já está em colapso. Temos, somente em Belo Horizonte, mais de 200 pessoas aguardando o momento de serem internadas. Estamos em uma situação extremamente crítica e nossa prioridade é salvar vidas”, disse.

Por isso, e para tentar frear o avanço do novo coronavírus na capital e em todo o território mineiro, medidas mais restritivas foram impostas e começaram a valer nessa quarta-feira (17). Inicialmente, restrições da Onda Roxa, fase do programa Minas Consciente, seguem pelos próximos 14 dias.

“Esse momento demanda união, esse momento demanda nós avaliarmos como está a situação da saúde no Estado, em colapso. Não temos nenhuma região hoje que tenha folga no sistema de saúde. E vejo que priorizar qualquer atividade econômica nesse momento é estar colocando em risco a vida das pessoas”, afirmou, dizendo que a decisão tomada foi difícil, mas é temporária e necessária no momento.

Na prática, durante a Onda Roxa, o funcionamento do comércio fica limitado aos serviços essenciais. Há toque de recolher entre 20h e 5h e limitação na circulação de pessoas. Todos os 853 municípios devem aderir às regras. “É uma onda impositiva para todo o Estado. Nem todos seguem aquilo que é determinado e vai caber ao Ministério Público, juntamente com o Tribunal de Justiça, analisar esses casos que, com certeza, deverão ser revertidos”, finalizou Zema, citando situações em que as medidas impostas não são cumpridas.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte não confirmou a informação passada pelo governador e disse que todos os pedidos de hospitalizações passam pela Central de Internação (CINT). “Quando a solicitação chega à Central de Internação, o quadro clínico do paciente é avaliado por um médico regulador e, de acordo com a disponibilidade de vagas, o paciente é encaminhado para o hospital. A CINT faz busca ativa em todos os hospitais que atendem à Rede SUS-BH para definir as transferências. Para a liberação da vaga, são utilizados critérios de prioridade que incluem gravidade e leito disponível. O tempo de espera varia de acordo com a especialidade do leito e a especificidade do caso”, diz o comunicado.

Veja o vídeo do governador na íntegra

O momento é de união. Minha prioridade é salvar vidas! A onda roxa é uma medida temporária (15 dias), e visa diminuir a propagação do vírus. Hoje temos pessoas na fila para atendimento. Não podemos permitir cenas de horror em Minas. Precisamos garantir atendimento aos mineiros. pic.twitter.com/G21DmI2gB0— Romeu Zema (@RomeuZema) March 18, 2021

Pandemia na capital

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura na quarta-feira (17), a ocupação da terapia intensiva para pacientes com Covid-19 na rede privada de Belo Horizonte ultrapassou a marca dos 100%. Pelo segundo dia consecutivo, o município atingiu a maior taxa de ocupação de leitos em UTI para pacientes com Covid-19, desde o início da pandemia. O índice está em 96,6%, considerando unidades de saúde públicas e particulares, um aumento de mais de três pontos percentuais se comparado à véspera, que era de 93,4%. Dos 746 leitos para pacientes graves infectados pelo coronavírus, restam apenas 26 em toda capital.  

Os três índices de monitoramento da pandemia continuam em alerta vermelho. A taxa de transmissão por infectado também alcançou número preocupante e chegou a 1,26. Isso significa que cada cem pessoas contaminadas transmitem o vírus a outras 126, em média. Já o índice de ocupação de leitos em enfermaria está em 79,3%.

No total, são 127.038 pessoas infectadas e 2.957 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia. Nas últimas 24 horas, 27 pessoas perderam a vida para a doença na capital mineira.

Onda Roxa

Nesta fase, a circulação de pessoas fica limitada aos funcionários e usuários desses estabelecimentos. O deslocamento para qualquer outra razão deverá ser justificado e a fiscalização será feita com o apoio da Polícia Militar.

Na Onda Roxa também fica proibida a realização de reuniões presenciais, inclusive de membros da mesma família que não moram na mesma casa, e de qualquer tipo de evento público ou privado que possa provocar aglomeração, ainda que respeitadas as regras de distanciamento social. Haverá pontos de fiscalização sanitária nos municípios. Confira todas as regras no link.

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