Medicamentos para pacientes em UTI devem chegar ao Brasil em 15 dias, diz secretário

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
17/07/2020 às 14:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:03
 (Gil Leonardi / Imprensa MG)

(Gil Leonardi / Imprensa MG)

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) espera que, em 15 dias, chegue do exterior uma grande remessa de medicamentos usados para tratar pacientes de terapia intensiva, para minimizar o problema de escassez desses remédios em todo o país. A informação é do secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva nesta sexta-feira (17). A grande compra está sendo realizada em conjunto pelo Ministério da Saúde e por diferentes secretarias de saúde do país. 

A compra volumosa em nível internacional foi necessária porque a indústria farmacêutica brasileira não está dando conta de produzir o volume necessário para dar conta da demanda. Com o crescimento da epidemia de Covid, houve um aumento no número de leitos de UTI em todos os Estados. “Além disso, o ministério também tem distribuído alguns medicamentos, muitos deles vinculados ao risco iminente de alguns estados, e com isso temos uma ação multifatorial com o objetivo de evitar o desabastecimento real no Estado de Minas Gerais”, afirmou o secretário.

Mais cedo, em entrevista à rádio Itatiaia, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que o Estado tem estoque de sedativos para apenas 15 dias, mas o secretário de Saúde garantiu que há um estoque razoável para os hospitais públicos e que o Estado vem trabalhando para ajudar as instituições parceiras do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Amaral explicou que há uma questão burocrática que deixa mais complexa a distribuição de medicamentos por todo o Estado. Em Minas, a maior parte da assistência via SUS é feita por entidades filantrópicas, que fazem suas compras diretamente com os fornecedores. Em um momento de escassez de medicamentos no mercado, vários hospitais têm relatado dificuldade para repor estoques e pedido ajuda para a secretaria.

“Felizmente a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) tem um estoque grande, de mais de 30 dias, não tem risco maior de desabastecimento neste momento, mas nos chamam a atenção casos pontuais de alguns hospitais terem efetivamente uma dificuldade de abastecimento, que leve à necessidade de reestruturar a rede para que esses medicamentos não faltem no Estado”, afirmou.

O secretário informou ainda que a escassez de medicamentos já era esperada pela secretaria. Por isso, em março as cirurgias eletivas foram suspensas (porque os insumos e remédios seriam necessários no auge da Covid). Segundo Amaral, antes da aceleração da doença em Minas, a secretaria entregou R$ 92 milhões a hospitais filantrópicos para que já se abastecessem com EPIs, insumos e medicamentos.

“Podemos ter vários gargalos em momentos diferentes da epidemia. No início, tivemos uma dificuldade extrema de conseguir respiradores. Depois vislumbramos dificuldade com exames. Agora, temos dificuldade com recursos humanos e medicamentos”, explicou.

Neste momento, Minas tem 2.402 pessoas internadas em leitos de UTI da rede SUS, sendo que 923 delas estão com diagnóstico de Covid-19.

Gerenciamento de estoque

Por meio de nota, a SES-MG explicou que, desde o início da pandemia, monitora a situação para garantir o acesso a esses medicamentos pelos prestadores no âmbito do SUS em Minas. No caso dos hospitais vinculados à administração pública, os itens são distribuídos nas unidades e existe um gerenciamento de estoque, que, por se tratar de uma rede, tende a ser mais robusto. "Apesar da dificuldade encontrada em algumas entregas pontuais, até o momento, não houve desabastecimento desses medicamentos nessas unidades estaduais", garantiu a pasta.

"Já em relação às instituições prestadoras de serviços do SUS, como regra geral, cabe a essas instituições fazer aquisições de insumos para uso em suas unidades, por meio da remuneração aos serviços que são prestados. Apesar de não haver risco de desabastecimento nos hospitais da Rede Fhemig neste momento, a SES tem monitorado a situação de redução dos estoques relatada por alguns hospitais", afirmou.

A pasta informou ainda que tem conseguido homologar junto à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) processos de aquisição para os itens críticos neste início de julho. "Estes itens serão inicialmente adquiridos em sua primeira carga com recursos estaduais, visando dar tempo para que os municípios e prestadores consigam se organizar para darmos continuidade às primeiras ações emergenciais de abastecimento das unidades hospitalares", disse.

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