'Não existe passaporte para festa', diz infectologista sobre teste antes de comemorações de Ano Novo

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
30/12/2020 às 18:10.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:26
 (Divulgação)

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As festas de Ano Novo preocupam os infectologistas que integram o Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 em Belo Horizonte. O assunto foi pauta da coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (30), na prefeitura da capital.

Em meio ao avanço da doença na cidade, os representantes pediram para que os belo-horizontinos não façam comemorações no Réveillon, alertando para o perigo de um resultado negativo em exames que identificam a contaminação pelo vírus. “Não existe passaporte para festa. Não tem nenhum exame que vai detectar que você pode ir e que não irá passar o vírus para ninguém. A sensibilidade do teste, para quem está assintomático, é muito baixa. Então, é uma ilusão, é jogar dinheiro fora fazendo teste para poder fazer passaporte e ir para festa. Melhor é não ir, não existe passaporte para festas”, disse o infectologista e integrante do comitê Unaí Tupinambás. 

Para aqueles que “insistem”, o infectologista orienta um autoisolamento, de pelo menos 14 dias, após o evento. “Se vai à festa, problema dela, mas não leve o vírus para casa. Faça um isolamento ou, caso contrário, pode adoecer um ente querido. Claro que orientamos a não fazer festa, mas, se for, faça um isolamento quando voltar. Não tem nenhum exame que nos dê a liberdade de estar livre da Covid”, finalizou.

O infectologista Carlos Starling lembrou sobre os já conhecidos cuidados que devem ser tomados como forma de evitar o contágio da doença. ”Permanecer em casa, manter o distanciamento social, princípios de higiene que são fundamentais para que possamos passar por esse momento para chegar até a vacina. Tivemos um ano difícil, mas chegamos ao fim com uma perspectiva muito melhor do que em março, mas com muitas perdas. E não queremos mais ter essas perdas, temos que preservar ao máximo a saúde e a vida das pessoas. O pedido é encarecido, para que as pessoas se conscientizarem de que não é o momento de aglomerar de maneira nenhuma”, avaliou.

Fiscalização para combate às festas clandestinas

A fiscalização para combate às festas clandestinas será reforçada durante o feriado de Ano Novo na cidade, segundo o secretário Municipal de Saúde da capital, Jackson Machado. No início de dezembro, as festas de Réveillon já estavam suspensas em BH, sem concessão de alvarás para realização das comemorações.

Diante disso, o representante da pasta aproveitou para pedir que os belo-horizontinos tenham consciência e não façam aglomerações e festividades na data. “A gente pede, sabendo que é muito difícil ficarmos longe das pessoas que a gente gosta, mas a gente pede. Que o ato de amor seja se afastar. É muito importante que, nesse momento, a gente preserve as pessoas com quem a gente convive, que a gente ama. Uma festa é só uma festa e pode acontecer a qualquer hora. Pode acontecer quando todo mundo estiver vacinado. Então é hora de ter responsabilidade e demonstrar que se preocupa com o outro”, orientou. 

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