Ocupação de leitos dispara e Estado cria protocolo de lockdown para cidades mais atingidas

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
19/06/2020 às 18:06.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:49
 (Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

(Carlos Rhienck/Hoje em Dia)

No dia em que a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva subiu de 72% para 88% em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde anunciou que está desenvolvendo um protocolo para a realização de lockdown em cidades onde a situação da pandemia de coronavírus estiver mais séria. A informação foi passada por João Pinho, chefe de gabinete da secretaria durante coletiva, nesta sexta-feira (19).

Segundo ele, o texto tem sido elaborado pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), em parceria com a Defesa Civil Estadual, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. “A gente espera não usar, não é um protocolo para o Estado todo, mas a gente está desenvolvendo o que deveria acontecer caso tivesse essa necessidade de vir a restringir as atividades e o ir e vir de forma mais afetiva do que a onda verde do Minas Consciente, que são aquelas atividades essenciais”, afirmou.

O lockdown foi adotado em algumas cidades europeias e brasileiras para contar o avanço do novo coronavírus, no momento próximo de um colapso da saúde. Em cada lugar a restrição é feita de maneira diferente, mas, em suma, isso quer dizer que as pessoas só podem sair de casa para atividades estritamente essenciais, como ir ao hospital, à farmácia ou ao supermercado. Pode-se adotar fechamento de vias, toque de recolher e aplicação de multas em caso de descumprimento.

O protocolo está sendo desenvolvido para que possa ser recomendado a um município onde houver piora nos números de infectados e óbitos por Covid, mas ele não será imposto pelo Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou que é o município quem deve decidir como se dá o funcionamento local do comércio e das atividades econômicas. Para que houvesse uma reativação da economia de maneira controlada, o governo desenvolveu o programa Minas Consciente, que traz orientações para os municípios sobre como deve ser a reabertura – a partir de dados de ocupação de leitos em cada região.

Mas, somente 135 dos 853 municípios mineiros aderiram formalmente ao programa. “Infelizmente, a gente vê que os municípios não seguiram as nossas orientações e fizeram suas tomadas de decisões de flexibilização das atividades econômicas. A gente entende que isso é uma prerrogativa, que o município tem sua autonomia, mas alguns movimentos não foram suficientes e a gente viu essa aceleração da pandemia”, afirmou Pinho.

Leitos de UTI

Nesta sexta-feira (19), Minas alcançou a marca de 600 mortes por Covid-19 e um aumento na assistência de saúde em todo o Estado. Os leitos de UTI, de maneira geral, têm uma ocupação de 88%, de acordo com o secretário-adjunto de Saúde, Marcelo Cabral.

Dos 2.914 leitos de UTI presentes na rede pública do Estado, 434 são ocupados por pacientes em decorrência da Covid-19, ou por suspeita da doença, ou seja, uma taxa de ocupação de 14,89%. 

Com a aceleração da doença em Minas, a previsão para um pico da epidemia em Minas foi adiantado. Antes estimava-se que o dia com maior número de infectados seria no dia 20 de julho, mas recentemente a data foi antecipada para o dia 15 de julho. E poderá ser mais adiantada caso a população relaxe nas medidas de prevenção e haja uma maior aceleração na propagação do vírus.

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