Oito pacientes com suspeita de Covid na UPA do Barreiro aguardam transferência para UTI

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
28/06/2020 às 17:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:53
 (CMBH/DIVULGAÇÃO)

(CMBH/DIVULGAÇÃO)

Oito pacientes com suspeita de coronavírus e urgência na transferência para leitos com UTI, atendidos na Unidade de Pronto Atendimento do Barreiro, passaram o domingo (28) aguardando encaminhamento para hospitais de referência para o tratamento de Covid-19, segundo informações do Conselho Municipal de Saúde, que fez o alerta no início da tarde.

"É uma situação dramática: três pacientes estão entubados e outros cinco estão com indicação (para serem entubados), mas não há ventilador disponível. Todos eles estão aguardando vaga em UTI, mas ainda não conseguiram encaminhamento", alertou Bruno Pedralva, médico e secretário-geral do Conselho, que funciona em caráter permanente, deliberativo e colegiado. Dentre suas funções está o controle da execução da política de saúde, representando a população na saúde pública.

Segundo um funcionário da UPA Barreiro que pediu anonimato, o alerta vermelho foi aceso nos últimos dias na UPA, com pacientes que, sem leitos suficientes de enfermaria, aguardam transferência em macas instaladas nos corredores do ambulatório, sem a devida monitoração médica.

"Já procuramos a Secretaria Municipal de Saúde, mas ainda não tivemos resposta. É preciso dar visibilidade ao que está acontecendo na UPA para a população perceber a gravidade da situação. Serão duas semanas muito difíceis, apesar das medidas recentemente anunciadas de retomada do isolamento em Belo Horizonte", analisou Pedralva.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde usou, primeiramente, declarações do titular da pasta, Jackson Machado Pinto, na coletiva realizada na sexta-feira (26), reconhecendo o problema da superlotação das UPAs e a dificuldade de levar pacientes aos hospitais devido à ampliação dos casos com suspeita de coronavirus.

"O aumento do número de pacientes com suspeita de Covid-19 em UPAs e hospitais da Rede SUS em Belo Horizonte foi um dos motivos que contribuíram para a decisão da Prefeitura de retorno à fase de controle (funcionamento apenas de atividades essenciais) anunciada em coletiva na tarde de sexta-feira", afirma a nota.

De acordo com o secretário, prossegue o comunicado da SMS, "não é apenas um aumento no número de casos, mas há um aumento na gravidade da doença. A história da doença nos mostra que pessoas que estão na enfermaria, às vezes pioram rapidamente e demandam UTI. Os casos estão aumentando. As UPAs estão lotadas, com muitos casos de Covid".

Em relação ao transporte de pacientes, Machado apontou que o "SAMU fazia o transporte de 50 pessoas por dia e essa semana passou para 100”. Na sexta-feira, o Boletim Epidemiológico e Assistencial divulgado pela prefeitura mostrou uma taxa de ocupação de leitos UTI Covid na capital em 86% e a de enfermaria Covid em 67%.

A nota destaca ainda que a Prefeitura de Belo Horizonte colocou em funcionamento, desde quinta-feira (25), 74 novos leitos Covid – 19 UTIs e 55 enfermarias. "Somando as unidades Covid de enfermaria (798) e UTI (301), o SUS-BH conta hoje com 1.099 leitos destinados a pacientes com a doença. Em março, eram 196 leitos Covid: 82 de UTI e 114 de enfermaria".

No início da noite, a secretaria enviou nova nota, informando que, para a assistência aos pacientes na UPA Barreiro, um respirador da UPA Venda Nova e um do SAMU foram remanejados para a unidade; e que dois pacientes que estavam no local foram transferidos - um para o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro e um para o Hospital Santa Lúcia.

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