
O temporal de pouco menos de três horas castigou Belo Horizonte na noite dessa terça-feira (28) e voltou a alagar ruas e provocar destruição. Só que desta vez, os estragos atingiram em cheio a região Centro-Sul da capital, a mais castigada, e que recebeu o maior volume de chuvas durante a noite (183,4 mm).
Na manhã desta quarta-feira (29), o cenário é de guerra na Praça Marília de Dirceu, no bairro Lourdes. A força da enxurrada encobriu ruas, arrancou o asfalto e empilhou carros. Alguns veículos foram parar na porta do salão de beleza do comerciante Gerado Santiago.

No mesmo ponto há mais de 40 anos, ele se assustou com a situação. “Nunca vi uma coisa dessas. Parece que caiu uma bomba na rua”, comentou. O comerciante contou que já estava em casa quando foi avisado por vizinhos que o salão estava alagado. O local fica em uma esquina e a água entrou por uma porta e saiu por outra levando cadeiras e equipamentos de trabalho. “Eu sai às 20h e estava tranquilo quando me telefonaram para avisar que o salão estava aberto e alagado. A água subiu quase um metro”, lamenta.
Por volta de 1h desta quarta, Geraldo ainda retirava a lama, sem ter noção dos prejuízos. "Agora estou pensando apenas na limpeza e me recuperando do susto. Ainda não faço ideia dos prejuízos”. Perto dali, uma agência bancária também foi invadida pela lama.

O empresário Paulo Márcio, de 32 anos, é dono de um dos carros levados pela água. Ele estava em um restaurante quando viu o veículo ser arrastado na rua Marília de Dirceu. “Vi quando os outros veículos desceram a rua e arrastaram o meu carro. Ele ficou cheio de água e eu perdi os documentos e um computador. Estou calculando um prejuízo de uns 15 mil reais”, estima.
O cheiro de gás era muito forte na região e a Polícia Militar precisou isolar os quarteirões. A Gasmig foi acionada e suspendeu o serviço.
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