Parte da história de Minas: Vapor Benjamin Guimarães pode ser restaurado pelo Estado

Da Redação*
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17/01/2022 às 21:15.
Atualizado em 21/01/2022 às 12:15
 (Egnaldo Barbosa/Divulgação)

(Egnaldo Barbosa/Divulgação)

Parte da história de Minas Gerais, a embarcação Vapor Benjamin Guimarães, que está em Pirapora, na região Norte do Estado, será restaurada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG). De acordo com o Governo de Minas, a decisão foi tomada em função da falta de repasses de recursos financeiros em convênio firmado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), até então encarregado pela contratação e execução da obra. 

Conforme a Secretaria de Cultura, o projeto de restauração foi aprovado pelas duas instituições no ano de 2019 e a obra iniciada em 2020. O primeiro repasse financeiro realizado pelo Iphan ocorreu no início de 2021 e foi utilizado no pagamento dos gastos iniciais dos serviços contratados pelo Iepha. 

Porém, no início de 2021, os repasses cessaram para ajustes técnicos e administrativos entre as instituições. Com isso, foi necessário suspender a obra temporariamente. Tanto o Iepha-MG quanto o Iphan tem envidado esforços para a continuidade do convênio e a finalização das obras.

Abertura de comportas de Três Marias

Em decorrência das chuvas que atingiram a região e provocaram elevação do rio São Francisco para além do esperado. Além das tratativas realizadas entre Iepha-MG e CEMIG para controle das vazões, o Governo de Minas, por meio do Corpo de Bombeiros de MG, e em parceria com a Marinha do Brasil e a Prefeitura de Pirapora, atua em plano de emergência para proteção do Vapor, em virtude das cheias do São Francisco.

Entre as ações executadas pela Prefeitura de Pirapora, estão a instalação de escoras para evitar deslocamentos laterais da embarcação, intervenções no casco no para permitir a passagem da água e evitar flutuação irregular, e reforço do cercamento no perímetro da embarcação, com o objetivo de reduzir a velocidade da água.

Vapor Benjamim Guimarães

A embarcação foi construída em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, a embarcação pode navegar em rios, lagos e correntezas que não tenham ondas ou ventos fortes. O tombamento estadual foi aprovado em 1985 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.

O Vapor Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional. 

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