
Após duas semanas de investigação, a Polícia Civil informou, nesta quinta-feira (17), que não foram encontrados elementos que sustentassem as denúncias de que um ex-estagiário do Colégio Magnum teria abusado de crianças dentro da instituição. O inquérito foi concluído e a PC decidiu pelo não indiciamento do rapaz.
"Nós conluímos hoje pelo não indiciamento do suspeito, considerando a ausência de elementos suficientes de autoria", afirmou a delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, chefe da Divisão Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente.
Conforme a delegada, sete denúncias foram recebidas pela corporação, que analisou 30 horas de imagens do colégio, com foco nas aulas de Educação Física; avaliou áudios enviados por pais, interpelando os filhos sobre os casos; realizou mandados de busca e apreensão na casa do então suspeito; realizou exames de corpo delito em algumas crianças; levantou a vida pregressa do suspeito; e fez avaliações psicológicas de representantes legais das crianças e das crianças, o que foi feito com a ajuda de uma equipe multidisciplinar composta por três psicólogas, uma psiquiatra e profissionais do Instituto Médico Legal. Ao todo, desde o início da investigações, no dia 3 de outubro, a Defam colheu o depoimento de 41 pessoas, entre crianças, familiares, representantes da escola e o suspeito.
Quanto às denúncias que surgiram após a primeira, a Polícia Civil acredita que elas ocorreram devido a vários fatores como a ampla divulgação nas redes sociais e na imprensa do caso, além da abordagem inadequada feita pelos pais aos filhos.
A polícia informou que o caso segue em sigilo para a Justiça para cumprir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Ministério Público agora decide se oferece denúncia à Justiça ou se arquiva o caso. A reportagem procurou pela primeira mãe que registrou boletim de ocorrência para comentar sobre a conclusão do inquérito e ela não atendeu as ligações.
Relembre
A primeira denúncia foi feita em 3 de outubro. Uma mãe procurou a polícia e relatou “que seu filho, de 3 anos, ficava tentando beijar sua boca, atitude não comum entre mãe e filho”. Ela disse também que, ao questionar o comportamento, ele respondeu que teria aprendido isso com o suspeito. Ainda de acordo com a mãe, o aluno "foi forçado a tocar no pênis do autor e que o autor tocou no pênis da vítima”. Segundo a Polícia Militar, a mãe voltou a questionar a criança, que, por sua vez, fez gestos indicando que teria feito sexo oral com o rapaz.
O segundo caso teria sido semelhante, com a criança relatando situações parecidas. Outros casos também foram denunciados, sendo sete no total.
Na quinta-feira (10), a Polícia Civil apreendeu um aparelho celular durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do monitor. Na sexta-feira (11), o suspeito participou de manifestação de apoio a ele na porta do Colégio Magnum, onde foi recebido com abraços por pais e estudantes. E na última segunda (14), o monitor de educação física prestou depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente.
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