
Os 11 suspeitos indiciados no inquérito que investiga a contaminação das cervejas da Backer vão continuar em liberdade enquanto o processo segue em análise pelo Ministério Público. Nesta terça-feira (9), a Polícia Civil concluiu o indiciamento e responsabilizou dez funcionários e gestores da empresa pelos crimes de homicídio culposo - quando não há a intenção de matar -, lesão corporal culposa, intoxicação dolosa e omissão, de acordo com a participação de cada um. Uma testemunha foi indiciada por falso testemunho.
No inquérito, o delegado Flávio Grossi não pediu a prisão dos indiciados. Conforme Grossi, o caso agora será examinado pelo Ministério Público, que também tem o poder de solicitar a reclusão dos envolvidos caso ache necessário. Somente depois da análise do órgão é que o inquérito será remetido para a Justiça, que pode condenar ou absolver os suspeitos.
As vítimas reagiram à conclusão do inquérito e demonstraram descontentamento com o resultado da investigação. Em nota, associação que reúne intoxicados e parentes de pessoas que foram contaminadas informou que o caso mancha "a imagem de Minas Gerais e, principalmente, do setor cervejeiro-artesenal".
Um trecho do texto divulgado pelas vítimas diz que "a conclusão do inquérito, além de reforçar a responsabilidade da cervejaria, demonstra de maneira inequívoca a culpa e o dolo dos gestores da cervejaria Backer pela tragédia que envenenou pelo menos 30 pessoas. São mais de 30 famílias severamente atingidas".
Procurada pela reportagem, a Backer informou que irá honrar com suas responsabilidades junto à Justiça, às vítimas e aos consumidores. "Sobre o inquérito policial, tão logo os advogados analisarem o relatório, a empresa se posicionará publicamente".
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