Projeto leva o ensino de noções de robótica para escolas públicas de BH

Mariana Durães
mduraes@hojeemdia.com.br
29/11/2018 às 07:00.
Atualizado em 28/10/2021 às 02:26
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

O ensino de robótica chega cada vez mais cedo às salas de aula. Na capital mineira, estudantes da rede municipal já têm noções de programação logo nos primeiros anos do ensino fundamental. Projeto implantado em 2017, com 146 alunos a partir de 6 anos, hoje atingiu a marca de 1.200 matriculados em 20 unidades escolares, inclusive da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O crescimento é de 700%.

A previsão é a de que o programa “A Hora do Código” seja expandido para mais colégios da metrópole em 2019. A iniciativa é realizada pela Secretaria Municipal de Educação (Smed), em parceria com a Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel). Para especialistas, a experiência proporciona o desenvolvimento do aprendizado em todas as áreas.

Professor do Departamento de Computação do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), Sandro Renato Dias explica que as habilidades aprimoram o raciocínio lógico e criativo para a resolução de problemas. “Não só de exatas e ciências, e essas aptidões estarão muito presentes nas profissões do futuro, da medicina à marcenaria”.

O projeto desenvolvido na rede de ensino da capital utiliza a plataforma Code.org – organização sem fins lucrativos que divulga e ensina programação às pessoas. Pelo sistema, os estudantes acessam as atividades que são divididas em quatro níveis, conforme a faixa etária, para resolver desafios. Para serem mais didáticos e atrativos, são usados temas populares como os filmes Frozen e Star Wars, além de jogos de computador.

Interesse

A iniciativa tem agradado. No caso de Davi Kauan Otoni, de 10 anos, aprender sobre robótica em sala de aula só aguçou a vontade de conhecer ainda mais o tema, que ele sempre achou interessante.

Aluno do 5º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Carlos Lacerda, no bairro Ipiranga, na região Nordeste, o garoto se destacou entre os cerca de 50 participantes do projeto na instituição. “Acredito que meu pensamento ficou mais ágil com as atividades”, conta.

A partir do aprendizado e com a ajuda de um monitor, Davi começou a desenvolver um aplicativo de multiplicação para a resolução de questões matemáticas. Com o projeto ainda em fase inicial, ele não faz planos concretos, mas espera ter a oportunidade de disponibilizar a plataforma para o uso dos colegas.

Sem computador em casa, Matheus Botelho, de 10, matriculado no 4º ano da mesma escola, aproveitou a iniciativa para mergulhar no mundo dos códigos e dos softwares durante as aulas. “Peguei o jeito e resolvi o joguinho rapidamente”, conta.

Expansão

Para formatar os cursos oferecidos, professores de todas as áreas do conhecimento com interesse em programação e robótica participaram de uma capacitação. “Assim, os conteúdos podem ser tratados em sala de aula, de forma a estimular os alunos”, explica Alberto Henrique Cunha, gerente da Assessoria de Tecnologias Educacionais da Smed.

Segundo ele, monitores de informática e funcionários das bibliotecas também foram capacitados. Para 2019, Alberto Henrique antecipa que novas plataformas de programação sejam incluídas no programa “A Hora do Código”.

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